tag:blogger.com,1999:blog-61232892423838485022024-03-05T01:10:40.014-03:00Arquivo.brTextos, vídeos e fotografias que merecem ser arquivadosUnknownnoreply@blogger.comBlogger31125tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-77467722861308523562010-12-03T02:41:00.002-02:002010-12-03T02:41:31.297-02:00Obsessions: Oprah's saving the best for lastBy Lisa Respers France, CNN<br />
December 2, 2010 2:26 p.m. EST<br />
<br />
(CNN) -- Tom Franklin has never met Oprah Winfrey, but that didn't stop him from dreaming what most writers dream.<br />
<br />
"With her Mississippi roots, I kept fantasizing that she would see the title, say 'I know what that means, I'm from there' and pick up the book," said the author of "Crooked Letter, Crooked Letter." "I'm really sad because she got so many people to read and was doing such good work."<br />
<br />
Many Oprah fans in general are saddened by her looming departure from her daytime talk show. But that sorrow has also been tempered this season with a bit of mania over the show that, after 25 years, has become a staple of Americana. In the world of television, there is no one bigger than the "O."<br />
<br />
The talk show host has helped to stoke the flames of the excitement in the waning days of her show by delivering episodes that are seemingly bigger, better and brighter than anything she has ever done.<br />
<br />
From reuniting the cast from "The Sound of Music," to scoring interviews with Michael Jackson's ex-wife, parents and children, and surprising Barbra Streisand with a visit from Robert Redford, Winfrey is going out with a bang the likes of which television audiences have never seen.<br />
<br />
Todd Gold, managing editor of Fancast, said all of the excitement befits the ending of the reign of the "queen of television." Gold said he imagines Winfrey and her producers have put a great deal of imagination and energy into thrilling her audience each episode.<br />
<br />
'She's going nuts," Gold said. "She's going for it. This is her final lap and it's just going to build and build every day."<br />
<br />
Crazy over her "Oprah's Favorite Things" episode? Well, this season Winfrey delighted fans with not one, but two shows and sent her audience members into a frenzy with such high-end gifts as an iPad, a cruise and a 2012 Volkswagen Beetle.<br />
"She's going for it. This is her final lap and it's just going to build and build every day."<br />
--Todd Gold of Fancast.com<br />
<br />
"It isn't even a new Volkswagen, it's a Volkswagen from two years from now that hasn't even been made yet and was only seen by Oprah," said Gold. "And isn't that so Oprah? You didn't even have to be there [in the audience] to be thrilled by those episodes because all of the excitement just spilled over from watching it."<br />
<br />
That excitement has also translated to ratings gold. According to The Hollywood Reporter, "The Oprah Winfrey Show" averaged 8.3 million viewers for the week of November 8, up from the average of 7 million viewers a week who have been watching since the final season began in September, according to Gold's site.<br />
<br />
When the talk show host announced a year ago that she would end "The Oprah Winfrey Show" in September 2011 after a quarter century on the air, it not only set off a mad scramble among viewers to get tickets; potential guests also felt the pressure to get on that golden stage, which has served as a launching pad for success for everyone from doctors to small-business owners.<br />
<br />
The New York Times reported that one aspiring writer even started blogging her attempt to get her book published before Oprah leaves the airwaves.<br />
<br />
"It's not just that she had the Midas touch and everything she touches turns to gold," said Susan Harrow, media coach and author of the book "How to Get Booked on Oprah." "It's that people are invested in Oprah and they really see her as someone whose opinion matters to them. People who follow Oprah, they want to know what she thinks, what she's eating, what she's wearing, because if she's doing it it's got to be important to them."<br />
<br />
And that obsession with Winfrey has only intensified as the remaining months tick down.<br />
<br />
Shelly Jystad is a member of the Bookworms, a book club which recently headed to the show in Chicago, Illinois, from Jamestown, North Dakota, for the episode featuring best-selling author Jonathan Franzen.<br />
<br />
The group was thrilled with the chance to be in the audience, which Jystad said included a 100-year-old fan who had followed Winfrey's career, and the gift of a free Amazon Kindle e-reader to every audience member.<br />
<br />
Jystad said Winfrey's success has been aided by being so easy to relate to and so open to sharing her own struggles. "Part of it is knowing her journey," she said. "She's been able to overcome so much, and I think she is very genuine in her desire to help others achieve their dreams."<br />
<br />
And Jystad said she doesn't believe Winfrey's influence will cease, simply because the talk show host won't be on the air.<br />
<br />
"I think she will just be influencing people through another venue with her new network," she said.<br />
<br />
But fan Monique Merritt, 26, said she has grown up with the show and doubts that there will ever be another like it. Even as Winfrey moves on to the next stage of her career, heading up the OWN Network, Merritt said she doesn't think the venture will be able to garner the same interest Winfrey has every day for the last 25 years.<br />
<br />
"She talks about so much that happens in the world and she hits so many important points," Merritt said. "It's not just a talk show. The new network is cool, but it's not the same as seeing her every day at 4 o'clock."Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-43252310836910693942010-08-17T00:18:00.003-03:002010-08-17T00:18:15.369-03:00O Operário Em Construção, de Vinicius de MoraesE o Diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo todos os reinos do mundo. E disse-lhe o Diabo:<br />
– Dar-te-ei todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero; portanto, se tu me adorares, tudo será teu.<br />
E Jesus, respondendo, disse-lhe:<br />
– Vai-te, Satanás; porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele servirás.<br />
Lucas, cap. V, vs. 5-8.<br />
<br />
Era ele que erguia casas<br />
Onde antes só havia chão.<br />
Como um pássaro sem asas<br />
Ele subia com as casas<br />
Que lhe brotavam da mão.<br />
Mas tudo desconhecia<br />
De sua grande missão:<br />
Não sabia, por exemplo<br />
Que a casa de um homem é um templo<br />
Um templo sem religião<br />
Como tampouco sabia<br />
Que a casa que ele fazia<br />
Sendo a sua liberdade<br />
Era a sua escravidão.<br />
<br />
De fato, como podia<br />
Um operário em construção<br />
Compreender por que um tijolo<br />
Valia mais do que um pão?<br />
Tijolos ele empilhava<br />
Com pá, cimento e esquadria<br />
Quanto ao pão, ele o comia...<br />
Mas fosse comer tijolo!<br />
E assim o operário ia<br />
Com suor e com cimento<br />
Erguendo uma casa aqui<br />
Adiante um apartamento<br />
Além uma igreja, à frente<br />
Um quartel e uma prisão:<br />
Prisão de que sofreria<br />
Não fosse, eventualmente<br />
Um operário em construção.<br />
<br />
Mas ele desconhecia<br />
Esse fato extraordinário:<br />
Que o operário faz a coisa<br />
E a coisa faz o operário.<br />
De forma que, certo dia<br />
À mesa, ao cortar o pão<br />
O operário foi tomado<br />
De uma súbita emoção<br />
Ao constatar assombrado<br />
Que tudo naquela mesa<br />
– Garrafa, prato, facão –<br />
Era ele quem os fazia<br />
Ele, um humilde operário,<br />
Um operário em construção.<br />
Olhou em torno: gamela<br />
Banco, enxerga, caldeirão<br />
Vidro, parede, janela<br />
Casa, cidade, nação!<br />
Tudo, tudo o que existia<br />
Era ele quem o fazia<br />
Ele, um humilde operário<br />
Um operário que sabia<br />
Exercer a profissão.<br />
<br />
Ah, homens de pensamento<br />
Não sabereis nunca o quanto<br />
Aquele humilde operário<br />
Soube naquele momento!<br />
Naquela casa vazia<br />
Que ele mesmo levantara<br />
Um mundo novo nascia<br />
De que sequer suspeitava.<br />
O operário emocionado<br />
Olhou sua própria mão<br />
Sua rude mão de operário<br />
De operário em construção<br />
E olhando bem para ela<br />
Teve um segundo a impressão<br />
De que não havia no mundo<br />
Coisa que fosse mais bela.<br />
<br />
Foi dentro da compreensão<br />
Desse instante solitário<br />
Que, tal sua construção<br />
Cresceu também o operário.<br />
Cresceu em alto e profundo<br />
Em largo e no coração<br />
E como tudo que cresce<br />
Ele não cresceu em vão<br />
Pois além do que sabia<br />
– Exercer a profissão –<br />
O operário adquiriu<br />
Uma nova dimensão:<br />
A dimensão da poesia.<br />
<br />
E um fato novo se viu<br />
Que a todos admirava:<br />
O que o operário dizia<br />
Outro operário escutava.<br />
<br />
E foi assim que o operário<br />
Do edifício em construção<br />
Que sempre dizia sim<br />
Começou a dizer não.<br />
E aprendeu a notar coisas<br />
A que não dava atenção:<br />
<br />
Notou que sua marmita<br />
Era o prato do patrão<br />
Que sua cerveja preta<br />
Era o uísque do patrão<br />
Que seu macacão de zuarte<br />
Era o terno do patrão<br />
Que o casebre onde morava<br />
Era a mansão do patrão<br />
Que seus dois pés andarilhos<br />
Eram as rodas do patrão<br />
Que a dureza do seu dia<br />
Era a noite do patrão<br />
Que sua imensa fadiga<br />
Era amiga do patrão.<br />
<br />
E o operário disse: Não!<br />
E o operário fez-se forte<br />
Na sua resolução.<br />
<br />
Como era de se esperar<br />
As bocas da delação<br />
Começaram a dizer coisas<br />
Aos ouvidos do patrão.<br />
Mas o patrão não queria<br />
Nenhuma preocupação<br />
– "Convençam-no" do contrário –<br />
Disse ele sobre o operário<br />
E ao dizer isso sorria.<br />
<br />
Dia seguinte, o operário<br />
Ao sair da construção<br />
Viu-se súbito cercado<br />
Dos homens da delação<br />
E sofreu, por destinado<br />
Sua primeira agressão.<br />
Teve seu rosto cuspido<br />
Teve seu braço quebrado<br />
Mas quando foi perguntado<br />
O operário disse: Não!<br />
<br />
Em vão sofrera o operário<br />
Sua primeira agressão<br />
Muitas outras se seguiram<br />
Muitas outras seguirão.<br />
Porém, por imprescindível<br />
Ao edifício em construção<br />
Seu trabalho prosseguia<br />
E todo o seu sofrimento<br />
Misturava-se ao cimento<br />
Da construção que crescia.<br />
<br />
Sentindo que a violência<br />
Não dobraria o operário<br />
Um dia tentou o patrão<br />
Dobrá-lo de modo vário.<br />
De sorte que o foi levando<br />
Ao alto da construção<br />
E num momento de tempo<br />
Mostrou-lhe toda a região<br />
E apontando-a ao operário<br />
Fez-lhe esta declaração:<br />
– Dar-te-ei todo esse poder<br />
E a sua satisfação<br />
Porque a mim me foi entregue<br />
E dou-o a quem bem quiser.<br />
Dou-te tempo de lazer<br />
Dou-te tempo de mulher.<br />
Portanto, tudo o que vês<br />
Será teu se me adorares<br />
E, ainda mais, se abandonares<br />
O que te faz dizer não.<br />
<br />
Disse, e fitou o operário<br />
Que olhava e que refletia<br />
Mas o que via o operário<br />
O patrão nunca veria.<br />
O operário via as casas<br />
E dentro das estruturas<br />
Via coisas, objetos<br />
Produtos, manufaturas.<br />
Via tudo o que fazia<br />
O lucro do seu patrão<br />
E em cada coisa que via<br />
Misteriosamente havia<br />
A marca de sua mão.<br />
E o operário disse: Não!<br />
<br />
– Loucura! – gritou o patrão<br />
Não vês o que te dou eu?<br />
– Mentira! – disse o operário<br />
Não podes dar-me o que é meu.<br />
<br />
E um grande silêncio fez-se<br />
Dentro do seu coração<br />
Um silêncio de martírios<br />
Um silêncio de prisão.<br />
Um silêncio povoado<br />
De pedidos de perdão<br />
Um silêncio apavorado<br />
Com o medo em solidão.<br />
<br />
Um silêncio de torturas<br />
E gritos de maldição<br />
Um silêncio de fraturas<br />
A se arrastarem no chão.<br />
E o operário ouviu a voz<br />
De todos os seus irmãos<br />
Os seus irmãos que morreram<br />
Por outros que viverão.<br />
Uma esperança sincera<br />
Cresceu no seu coração<br />
E dentro da tarde mansa<br />
Agigantou-se a razão<br />
De um homem pobre e esquecido<br />
Razão porém que fizera<br />
Em operário construído<br />
O operário em construção.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-33750093272574088812010-01-11T13:33:00.000-02:002010-01-11T13:33:10.221-02:00Eu não sou da sua ruaEu não sou da sua rua<br />
Eu não sou o seu vizinho<br />
Eu moro muito longe, sozinho<br />
Estou aqui de passagem<br />
Esse mundo não é meu<br />
Esse mundo não é seu<br />
<br />
Eu não sou da sua rua<br />
Eu não falo a sua língua<br />
Minha vida é diferente da sua<br />
Estou aqui de passagem<br />
Esse mundo não é<br />
Meu, esse mundo não é seu<br />
<br />
<i>Branco Mello e Arnaldo Antunes</i>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-52363487929117096472009-07-23T19:36:00.003-03:002009-07-31T17:57:51.537-03:00O lago do cisne — depois da seca<div style="text-align: justify;">Da <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u509027.shtml">Folha</a>:<br /><br />25/02/2009 - 09h51<br />Resgate de cisne mobiliza frequentadores de parque da Aclimação<br /><br />LAURA CAPRIGLIONE<br />da Folha de S.Paulo<br /><br />O macho e a fêmea de cisne negro nadavam juntos no momento em que o fundo do lago da Aclimação abriu-se e 78 milhões de litros d'água começaram a desabar em um redemoinho cujo vórtex apontava para o córrego da Pedra Azul, que deságua no Tamanduateí, que deságua no Tietê.<br /><br />Ralo adentro rolaram peixes, tartarugas e, muitos frequentadores do parque da Aclimação juram tê-lo visto, aves aquáticas. Quando quase todo o lago já tinha sido sugado, e apenas uma fina lâmina d'água restava recobrindo o fundo, milhares de peixes pulavam desesperados, tentando sair do atoleiro.<br /><br />No meio da confusão, os dois cisnes assistiam a tudo, pescoços colados. "Eles estavam como que hipnotizados. Nem tentavam fugir", lembrava ontem Romilda Queiroz, 67, professora aposentada, chorando os acontecimentos da véspera.<br /><br />Ontem, o casal de cisnes separou-se. O macho foi capturado ao se aproximar da margem do lago. Enviaram-no para o Viveiro Manequinho Lopes, no parque Ibirapuera, local que recebeu as aves flageladas (patos, marrecos, gansos, além do cisne). Faltou uma.<br /><br />O cisne fêmea driblou todas as tentativas feitas até as 18h de ontem para capturá-lo. Refugiou-se no meio do ex-lago, cercado por poças d'água agora recheadas de peixes mortos --cascudos, tilápias, carpas coloridas, carpas-de-espelho e até mussuns, espécimes de corpo cilíndrico, parecidos com enguias ou moreias.<br /><br />Resgate<br /><br />"O cisne está atolado." Ninguém sabia se estava, mas a fêmea, parada por horas no meio do pântano, indicava isso, e o murmúrio espalhou-se.<br /><br />Frequentadores do parque exigiam que a polícia fizesse um resgate da ave à la Rambo --helicóptero em voo estacionário, um Rambo descendo de rapel até o animal.<br /><br />A saída foi cogitada porque, antes, alguns voluntários e guardas civis metropolitanos já haviam tentado alcançar a fêmea --andando. Afundaram na lama. O lago converteu-se em armadilha movediça. Ir de barco também não dava, não havia água suficiente --encalhava.<br /><br />Foi quando apareceu Edmir Rabello, radialista "patriota e voluntário" na autodefinição. Chapéu camuflado de pescador, bermudas, botas de mergulhador e uma boia imensa feita com câmara de pneu de caminhão, ele parecia um aqualouco, mas tinha uma ideia na cabeça: ser conduzido por cordas --de boia-- até o cisne, e assim capturá-lo.<br /><br />Por volta das 15h, as centenas de pessoas que assistiam à agonia do bicho soltaram um óóóóóó uníssono. A ave tinha se movido. Foram poucos centímetros, mas ok. Ela não estava atolada.<br /><br />A estratégia mudou. Esticou-se uma corda de uma margem à outra do lago. Homens em joggings limpinhos, frequentadores do parque, ofereciam-se para ajudar a agitar a corda, de modo a "arrastar" a ave até a margem coalhada de lixo urbano --pneus velhos, sapatos, garrafas, e latinhas que apareceram depois que a água baixou.<br /><br />O "arrastão" na lama envolveu até quem achava a estratégia bizarra, como o músico Luís Guilherme de Mattos, 28, guitarrista e violonista, que terminou imundo e com as mãos lanhadas. "Achei um pouco rústico demais. Mas eu senti que devia ajudar, e fui."<br /><br />Até que funcionou e o bicho foi bonitinho para a margem. O que ninguém sabia, porque paulistano que é bom não sabe nada de natureza, é que os cisnes são exímios voadores.<br />Quando o homem com a rede se aproximou da ave, ela abriu as asas imensas (aí se viram as pontas brancas) e voou, linda, de volta para o meio do lago sem água. Os espectadores, até ali calados, irromperam em aplausos e gritos de alegria.<br /><br />Quietinha, a funcionária que cuida dos banheiros do parque há 14 anos, Agustia Maria, 37, picava bem miudinho um pão francês. "Deixa essa confusão parar. Daqui a pouco ela vem comer na minha mão, como vem todos os dias."<br /><br />A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, responsável pela administração do parque da Aclimação, não sabia informar ontem à noite se, quando ou como será feita nova tentativa de resgate da ave. A noite passada ela passou sozinha no lago sem água.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-22125529415187433112009-07-23T19:30:00.000-03:002009-07-23T19:32:46.184-03:00Sobre o editor William ShawnDo <a href="http://www.theatlantic.com/issues/98apr/frazier.htm">Atlantic Online</a>:<br /><br /><div style="text-align: justify;">The mystery of William Shawn's origins -- a source of considerable curiosity in the literary world throughout Shawn's long career -- is finally solved by one of his writers<br /><br />Introduction by Ian Frazier<br /><br />WILLIAM Shawn worked at The New Yorker magazine for fifty-four years. He began there in 1933, became the editor in 1952, and left in 1987, when a company that had bought the magazine forced him to resign. His tenure as editor coincided, roughly, with the years of the Cold War. It is safe to say that he was the pre-eminent magazine editor in the world during that time. Among his gifts was a faultless ear for Cold War-era apocalyptic, audible in the titles of famous works he edited, such as Hiroshimaand Silent Spring and The Fate of the Earth and The Fire Next Time. Mostly, though, his tastes in writing were hard to categorize. He published the stories and novels of J. D. Salinger, and Truman Capote's true-crime classic, In Cold Blood, and movie reviews by Pauline Kael that changed not just movie reviewing but reviewing in general. And E. B. White and Hannah Arendt and Edmund Wilson and Milan Kundera and Elizabeth Bishop, Joseph Brodsky and Harold Brodkey and Donald Barthelme and Janet Flanner and S. J. Perelman, George Steiner and Peter Handke and Philip Roth and Jamaica Kincaid and John McPhee and Joseph Mitchell -- the list of distinguished writers he published could go on and on. He loved new writing, read quickly, and almost always knew what to do to a piece to make it better. Often his editing amounted to an inspired sort of doing nothing, of just letting a piece run. Harold Ross, The New Yorker's founder and first editor, always referred to himself simply as "Ross,"and so did everybody else. Perhaps following that tradition, his successor called himself and signed himself "Shawn."A contributor might pick up his telephone and hear the small voice at the other end say, "Shawn here."But the contributor always replied, "Hello, Mr. Shawn." The honorific "Mr." seems to have been awarded him by popular acclaim among his colleagues out of respect, and in deference to his own politeness. He was a shy, formal man, and he took self-effacement so far that he met megalomania coming back the other way. He seldom talked about himself -- people who worked with him for decades knew little more of his biography than the few facts anyone could read about him in Who's Who. He gave almost no interviews, and almost never let himself be photographed. No record that he ever made a speech in public can be found. Harold Ross sometimes gave away studio head shots of himself on which he had scrawled personalized epigrams. Shawn would not have done that in a million years. His style was a pervasive anonymity, and negative capability in the extreme.<br /><br />Probably he would have preferred that nobody write anything about him after he was gone. Probably, but not certainly -- he lived surrounded by rules, but kept a wary eye on them, and recklessly broke them himself once in a while if he felt the urge. In the article that follows, Ved Mehta, who was a staff writer at The New Yorker for thirty-three years, describes the romantically American background from which Shawn came. -- I. F.<br /><br />"The New Yorker's Mr. Shawn" is not available online. It can be found on page 72 of the print edition of the April, 1998, Atlantic Monthly.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-33739330139011476742009-07-23T19:06:00.003-03:002009-07-23T19:33:07.192-03:00Sobre a repórter Eliane Brum<div style="text-align: justify;">Do <a href="http://novoemfolha.folha.blog.uol.com.br/">Novo em Folha</a>:<br /><br />Apesar de se dizer briguenta, Eliane Brum, repórter especial da "Época", fala baixinho, bem devagar, com a voz frágil.<br /><br />E ela começou a palestra sobre a "extraordinária vida comum", no Congresso da Abraji, dizendo que o repórter deveria ir à rua em busca da fragilidade e da delicadeza dos outros.<br /><br />Para ilustrar sua posição, a repórter leu, para uma sala sem lugares vazios, um monte de crônicas e reportagens que escreveu desde os tempos de "Zero Hora". Falou, por exemplo, da incrível galinha detida em atitude suspeita.<br /><br />Permeando essas histórias, ela soltou alguns pensamentos que achei muito interessantes e anotei para compartilhar com vocês:<br /><br />* Nós, jornalistas, construimos um documento diário, um relato da nossa vida contemporânea, da nossa sociedade. Se fazemos de forma mal feita, preguiçosa, reduzimos nosso lugar no mundo e, de forma criminosa, deixamos para a posteridade uma história distante da realidade.<br /><br />* Nós reproduzimos uma das visões de mundo, uma das verdades. Determinamos quem deve ser visto e quem não deve. Com isso, a mídia, através de nós, mantém desigualdades. Não podemos ser ingênuos.<br /><br />* Um repórter deve aprender a olhar e a escutar. Inclusive os "desacontecimentos" e os anônimos.<br /><br />* Cada vez mais se faz matéria por telefone ou e-mail. É preciso resistir à pressão do chefe. Ir para a rua é a melhor coisa para um repórter.<br /><br />* O real é complexo e temos a obrigação de reproduzir essa complexidade, com todas as suas palavras – mas também com os gestos, os silêncios, os cheiros, as cores, as texturas. Se entrevistamos por telefone, podemos reproduzir só as palavras, só as aspas. Com isso, reduzimos o mundo.<br /><br />* É preciso anotar tudo o que está acontecendo durante a entrevista – não só as palavras – para reconstruir toda a complexidade depois. As pessoas falam também com o corpo.<br /><br />* Mais importante que saber perguntar é saber escutar a resposta. O pior repórter é o que termina a frase pela pessoa, interrompe para completar ou porque acha que a pessoa não está dizendo o que ele quer ouvir. "Tenho aprendido a perguntar cada vez menos e ouvir cada vez mais." A pergunta já impõe nossa narrativa, dá uma linha. Temos que deixar a pessoa começar pelo que ela acha que é o começo e deixar contar o que quer contar.<br /><br />* É preciso respeitar a palavra exata. A escolha que o entrevistado faz de cada palavra já é, por si só, informação importante.<br /><br />* O espanto é o melhor da nossa profissão. "Sou pautada pela obrigação de olhar e estar aberta para o espanto."<br /><br />* Nunca resistam a rodinhas de pessoas. Cheguem lá pra ver de que se trata. Deve ser pauta.<br /><br />* Repórter não pode nem ser blasé, nem burocrático. Na rua, quem manda no repórter é ele mesmo.<br /><br />* É preciso saber brigar e argumentar com o editor.<br /><br />* Para escrever um texto prazeroso, não basta vomitar palavras. É preciso apurar, cuidar da precisão, da mesma forma que em qualquer texto jornalístico. Para escrever "fazia sol", ela entrevistou cinco pessoas, pedindo que descrevessem o tempo na hora do acontecimento, e ainda consultou três meteorologistas.<br /><br />* Converse com o fotógrafo que te acompanha na pauta, troque idéias, acompanhe até o fim o trabalho dele.<br /><br />* Temos a obrigação de proteger nossos entrevistados. A maioria não tem noção de como a vida vai mudar depois que a matéria for publicada.<br /><br />* É bom já chegar com o bloquinho, ser o mais transparente possível durante as entrevistas, e gravar todas as conversas.<br /><br /><div style="text-align: center;">xxxxxx<br /></div><br />"Fui tomada pela perplexidade quando a repórter especial Eliane Brum, da revista "Época", começou sua palestra no congresso da Abraji. Em meio a palestrantes-jornalistas sempre 'tensos', dominados pelo entusiasmo de grandes investigações e furos nacionais de reportagem, Eliane parecia vir de outro planeta.<br /><br />Ela conduziu a palestra 'Jornalismo sobre a extraordinária vida comum' lendo, em voz suave e interpretada, histórias de personagens que havia conhecido em sua carreira. Entre uma leitura e outra, lembrava da importância de procurar entender, como repórter, o que dá sentido à vida das pessoas – e colocar isso no papel.<br /><br />Eliane Brum, definitivamente, tem uma relação diferente com o jornalismo, distante das obsessões dos furos e dos grandes temas nacionais. Ela encara a profissão como uma missão: para ela, ser repórter é um jeito de estar no mundo, e empobrecê-lo é criminoso.<br /><br />O mais interessante é que não são posturas inconciliáveis com o hard news: saber tratar temas com profundidade, saber ouvir, ter responsabilidade com o que escrevemos é comum (ou deveria ser) tanto a jornalistas como Eliane Brum quanto àquele que cobre o buraco da rua tal."</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-24785173275741583752009-07-22T12:27:00.001-03:002009-07-22T12:29:43.086-03:0010 perguntas para se tomar decisões éticas1. O que eu sei? O que eu preciso saber?<br />2. Qual é o objetivo do meu trabalho jornalístico?<br />3. Quais são as minhas preocupações éticas?<br />4. Que políticas organizacionais e profissionais deveria ter em conta?<br />5. Como posso incluir outras pessoas que tenham diferentes perspectivas e ideias, em um processo de tomada de decisão?<br />6. Quem são as pessoas que afetam minhas decisões? Quais são as suas motivações? Quais são legítimas?<br />7. E se os papéis são invertidos? Como é que eu sentiria se estivesse no lugar dos interessados?<br />8. Quais são as possíveis consequências das minhas ações? A curto prazo? A longo prazo?<br />9. Quais são as minhas opções para maximizar a minha responsabilidade de dizer a verdade e minimizar danos?<br />10. Posso justificar claramente minhas decisões e forma de pensar? Aos meus colegas? Ao público? Aos interessados?<br /><br />Fonte: Doing Ethics de Jay Black, Bob Steele e Ralph Barney (<a href="https://www.ijnet.org/pt/ijnet/training_materials/10_perguntas_para_se_fazer_antes_de_tomar_decis%C3%B5es_%C3%A9ticas_">Via</a>).Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-73902181903263221212008-07-06T03:30:00.002-03:002008-07-06T03:35:04.432-03:00No news today<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/zTEDPVdOHPs&hl=pt-br&fs=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/zTEDPVdOHPs&hl=pt-br&fs=1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />Vídeo de Ethan Bodnar sobre música de Ben Frost.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-66562731399668511842008-06-30T15:10:00.001-03:002008-06-30T15:18:10.319-03:00Os filhos do país dos escândalos<div align="justify">Por Eliane Lobato - IstoÉ de 03/08/2005<br /><br />Eram 19h50 da terça-feira 26, quando o senador Delcídio Amaral (PT-MS) anunciou: “Chegamos no limite.” Ele interrompeu a sessão da CPI dos Correios que durante nove horas ouvira Renilda de Souza – mulher do publicitário Marcos Valério. Havia três parlamentares inscritos para perguntar. Mas os limites de Renilda se extinguiam na proporção que sua vida particular se devassava diante da fúria dos inquisidores. Interrogações sobre seus sentimentos mais íntimos borbulhavam num espetáculo intimidatório que Kafka certamente adoraria descrever. Numa das cenas mais constrangedoras da CPI, o deputado Julio Redecker (PSDB-RS) pisoteou. “Sua mãe deve estar sofrendo muito e rezando pela senhora.” “Não, não está. Ela tem mal de Alzheimer”, respondeu Renilda. “A senhora usou dinheiro que deveria ser da população. Como tem coragem de olhar na cara dos próprios filhos?”, chutou Redecker, levando a depoente a um choro profundo. Nessa mistura, às vezes sórdida de público e privado, o próprio Marcos Valério, ao listar suas empresas para a CPI, lembrou, aos prantos, que uma delas, a JVN – que não chegou a ser aberta –, tinha as iniciais dos três filhos, inclusive de um que morreu de câncer aos seis anos.<br /><br />Em tempos de escândalos, produção de dossiês em escala, CPIs se atropelando e reputações jogadas no mar de lama nacional, as casas de muitos brasileiros viraram cenários de dramas que não podem ser dimensionados por extratos bancários e de imagens tristes que não são captadas pelas câmeras de tevê. Por trás da lavagem de roupa suja na CPI dos Correios e de tantas outras investigações – CPI do PC, Escândalo dos Precatórios, Orçamento, das Bicicletas, Frangogate, Máfia do Sangue –, famílias têm sido dilaceradas. Denunciantes e denunciados compartilham aquele que talvez seja o preço mais caro cobrado pela faxina ética do País: filhos e filhas crescendo sob a marca da vergonha, do medo e até do abandono. Caso de Paulinho, hoje com 22 anos, e Ingrid, 24, filhos do ex-tesoureiro de Collor, PC Farias (assassinado em 1996), que desceram ao fundo do poço. Ou Ana Sophia, a caçula do ex-ministro da Saúde Alceni Guerra, vítima de uma professora maquiavélica. Ou ainda Christian, nove anos, neto do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), barrado no colégio por colegas que queriam cobrar dele uma versão escolar do mensalão. Filha do ex-presidente nacional do PT José Genoino, Miruna, 23 anos, escreveu para o pai uma carta-desabafo. São filhos do País dos escândalos que guardam seqüelas pelo resto de seus dias.<br /><br />Normalmente, esses dramas familiares não são visíveis. Outras vezes são jogados na arena. ISTOÉ ouviu nas últimas semanas depoimentos de quem constitui a parte mais vulnerável desse mundo político-policial.<br /><br />Pivô do escândalo dos Correios e da denúncia do mensalão – a mesada que seria paga a parlamentares pela direção do PT –, o deputado Roberto Jefferson não se furta a repetir – em conversas informais – os estragos que sua conturbada trajetória política vem causando à sua família. Quando era líder da tropa de choque de Collor, seu filho Robertinho, na época com 14 anos, recebeu “uma coça” e teve a mandíbula quebrada. Agora, na CPI dos Correios, outra fratura familiar, dessa vez com o neto. Primogênito de Cristiana Brasil, vereadora carioca e filha de Jefferson, Christian, nove anos, foi barrado no corredor do colégio Cruzeiro, no Rio de Janeiro, onde estuda, por alunos que deram a seguinte ordem: “Só passa aqui se pagar mensalão.” A agressão foi comunicada à direção da escola, que deu apoio ao garoto. “Isso não aconteceu uma vez, foram várias. E por mais que ele tenha o nosso apoio, o da terapia e o do colégio, ninguém pode impedir o sofrimento dele”, diz a mãe, também alvo de preconceito. “Na academia de ginástica, eu deixei de ser Cristiana e passei a ser a filha de Roberto Jefferson. ‘Amigos’ passaram a evitar nossa família, a desmarcar encontros, a não atender telefone”, conta.<br /><br />Para o pediatra Leonardo Posternak, presidente do Instituto da Família, em São Paulo, filhos podem colocar “em xeque a figura idealizada de seus pais” ao vê-los envolvidos em escândalos. “Descobrem que o pai não é um super-herói.” Segundo Posternak, é difícil para a criança entender por que alguém vai deixar de brincar com ela por algo “que seu pai fez”. Mas, conselho de especialista: deve-se contar o que acontece, em vez de isolá-la “numa bolha de plástico”. O psicanalista Alberto Goldim enxerga no sentimento dos filhos uma metáfora equivalente ao sentimento de confusão e tristeza que invade a Nação. “Um líder, um presidente, é como um pai para a população. Quando a confiança é destruída, o sofrimento é parecido com o de filhos que perdem a referência paterna”, explica Goldim. Não é à toa que o País discute com passionalidade incomum se Luiz Inácio Lula da Silva sabia ou não da lama que chegou à sua ante-sala. Dentro de casa, Lula tem seus dilemas. O “pai” do País é também pai do biólogo Fábio Luís, 28 anos, que teve questionados os negócios de sua empresa, a produtora Gamecorp, com a Telemar.<br /><br />Recortes de jornais – Hoje fora dos holofotes e com seus dramas esquecidos, Alceni Guerra viu dois filhos, crianças na época em que era ministro da Saúde do governo Collor e acusado de superfaturamento na compra de bicicletas, serem covardemente envolvidos no episódio. Ele teve sua inocência comprovada, porém as cicatrizes já sangravam. “Na festa do Dia dos Pais, Ana Sophia, então com cinco anos, preparou um presente para o pai, orientada por uma professora: um cartaz com recortes de jornais estampando acusações de corrupção contra mim. Vi minha filha desfilar com aquela coisa acintosa diante de um colégio lotado, com um sorriso de orelha a orelha, sem ter a mínima idéia do que estava fazendo. Receber um abraço no Dia dos Pais de minha filha com um cartaz me chamando de corrupto foi a pior coisa que sofri”, relata Guerra no livro A era do escândalo, de Mário Rosa. Já Guilherme, então com 12 anos, foi capa de jornais em foto que mostrava pai e filho sentados no meio-fio, ao lado das bicicletas que usavam num passeio no Parque da Cidade, em Brasília.<br /><br />O trauma acompanhou Guilherme por muitos anos. O mesmo aconteceu com Victor Camargo Pitta do Nascimento, filho do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, pivô do escândalo dos precatórios. Aos 25 anos, sua família desmoronou quando a mãe, Nicéa, contou o que sabia a respeito do governo Paulo Maluf. Victor e Pitta se agrediam via imprensa e romperam. Recentemente, o filho resolveu procurar o pai. “Sofremos muito. Agora começamos a nos falar de novo. Eu tomei a iniciativa porque acho que o ofendi e que ele merece uma segunda chance.” Ver o pai ser destruído causou uma erosão interna no jovem, que parou de trabalhar e de estudar, e caiu em depressão. A irmã, Roberta, também não agüentou. Ela estudava direito na Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo e viu o episódio frangogate (superfaturamento na compra de frangos no governo de Paulo Maluf, do qual Pitta era secretário de Finanças) ser levado para uma aula. “A sala inteira olhava para ela. Roberta trancou a matrícula e se mudou do Brasil”, relembra Nicéa. Para evitar que sua filha Naína, oito anos, sofra traumas, a ex-secretária e testemunha Fernanda Karina Somaggio – que tem repetido que sua motivação é ajudar a criar “um Brasil melhor” – adota estratégias para protegê-la, como restringir seu contato com pessoas estranhas e manter distância das ruas, que causam certa solidão. Karina deve, portanto, pensar bem antes de aceitar o convite de uma revista masculina para posar nua, como têm comentado.<br /><br />“Devolve meu sangue!” – Um exemplo bem-sucedido de filho que conseguiu sobreviver à fúria das denúncias é a modelo Ellen Jabour, namorada do ator Rodrigo Santoro. Seu pai, o empresário Jaisler Jabour de Alvarenga, foi acusado, no ano passado, de integrar a Máfia do Sangue, nome dado a fraudadores de medicamentos no Ministério da Saúde. Ellen só perdeu a fleuma uma vez. Segundo nota da coluna de Ancelmo Gois, em O Globo, ela estava num camarim do São Paulo Fashion Week quando alguém gritou: “Devolve meu sangue!” A modelo retribuiu o desaforo e encerrou o caso.<br /><br />Nem sempre, entretanto, o saldo é negativo. Filho de Eriberto, o motorista que desmontou o esquema PC Farias e foi peça-chave no impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, André Vinícius colheu bem mais elogios do que hostilidades. Na época, ele tinha cinco anos e não entendia o que acontecia. Sofria, apenas, porque os pais o levavam para dormir com os avós, por precaução. “Eu não gostava da noite porque me separava deles. Era triste”, relembra. Com o tempo, ele passou a ser cumprimentado pela atitude heróica do pai. “Tenho orgulho. Ele foi corajoso. Mexeu com gente importante e era a parte mais fraca. Normalmente, as pessoas falam dele de forma respeitosa.<br /><br />Exceto um ‘seu pai é dedo-duro!’, dito de brincadeira, o resto é elogio.” Para Eriberto, o sofrimento da família foi grande, mas valeu a pena. “Recebi ameaças por telefone, tivemos proteção da Polícia Federal, mas a gente tentava passar certa normalidade para os filhos. Íamos para a pracinha e fazíamos de conta que não estava acontecendo nada”, relembra.<br /><br />Do outro lado do mesmo caso, o saldo não é nada alegre para os descendentes de PC Farias. Paulinho, hoje com 22 anos, e Ingrid, 24, não levam a vida como outros jovens. Ela pouco sai e vive deprimida, segundo relatos de poucos amigos. Paulinho não dá um passo sem seguranças, mais de uma década depois dos escândalos. Como disse o ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro, “quem escolhe o caminho da política sabe que está na chuva e se molhar é contingência. Mas e os que não foram à chuva e se molham também?” Apesar de inocente, Pinheiro foi cassado após acusação de envolvimento com a Máfia do Orçamento e teve sua história passada a limpo recentemente, mais de uma década depois. Com a autoridade de quem comeu o pão que o diabo amassou injustamente, ele diz que o mínimo que se pode fazer para tentar poupar a família, “a parte que mais sofre”, em momentos como os atuais é ter “comedimento”. Fica o conselho. Ficam as marcas.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-22371237430592470822008-05-04T17:25:00.000-03:002008-05-04T17:27:01.050-03:00Metáfora - Gilberto GilUma lata existe para conter algo<br />Mas quando o poeta diz: "Lata"<br />Pode estar querendo dizer o incontível<br /><br />Uma meta existe para ser um alvo<br />Mas quando o poeta diz: "Meta"<br />Pode estar querendo dizer o inatingível<br /><br />Por isso, não se meta a exigir do poeta<br />Que determine o conteúdo em sua lata<br />Na lata do poeta tudonada cabe<br />Pois ao poeta cabe fazer<br />Com que na lata venha caber<br />O incabível<br /><br />Deixe a meta do poeta, não discuta<br />Deixe a sua meta fora da disputa<br />Meta dentro e fora, lata absoluta<br />Deixe-a simplesmente metáforaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-57690994783141539502008-01-21T23:25:00.000-02:002008-01-21T23:27:13.282-02:00Royal de Luxe: L'éléphant et la Petite Géante 2<object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/54W_06DuseY&rel=1"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/54W_06DuseY&rel=1" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br /><br /><object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/GV6vRcn-bE8&rel=1"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/GV6vRcn-bE8&rel=1" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br /><br /><object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/62dbFJJCiEo&rel=1"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/62dbFJJCiEo&rel=1" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-10512729710245106232008-01-21T23:14:00.001-02:002008-01-21T23:22:54.193-02:00Royal de Luxe: L'éléphant et la Petite Géante<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMeo3STkCuNlnrrixg0HQNf4g3LWhUuVGS2aykybB9CQMKOMHfbytRvhlhuZ3NnSp-847HxiTzzGbbPMkfNb1V1ViSlToOQBmteE7KtwNrKh5_d-HYzLm92ZC0qzq_y4KYQHlPtvjJUVs6/s1600-h/Elephant+1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMeo3STkCuNlnrrixg0HQNf4g3LWhUuVGS2aykybB9CQMKOMHfbytRvhlhuZ3NnSp-847HxiTzzGbbPMkfNb1V1ViSlToOQBmteE7KtwNrKh5_d-HYzLm92ZC0qzq_y4KYQHlPtvjJUVs6/s320/Elephant+1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5158103763014290434" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOQvei43ACenS-XCeh9cLaXZN5b1Xk6iwqPbL8dpINMzAOtYxVpsBO5J6ZBeMN27AiYCjRSXeOmyBJWYS2DVMUyiwqNm1Pa028pOghzLrUthsH7-McUteH24KKHZl0OaLwGeIWkynHDdeo/s1600-h/Petite+Geante+1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOQvei43ACenS-XCeh9cLaXZN5b1Xk6iwqPbL8dpINMzAOtYxVpsBO5J6ZBeMN27AiYCjRSXeOmyBJWYS2DVMUyiwqNm1Pa028pOghzLrUthsH7-McUteH24KKHZl0OaLwGeIWkynHDdeo/s320/Petite+Geante+1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5158103634165271538" border="0" /></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-41832425546394108082008-01-05T21:02:00.000-02:002008-01-05T21:05:02.666-02:00Por uma agenda internacional brasileira<div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">* Do blog Em Cima da Mídia, de Mauro Malin. Postado em 24/11/2006</span><br /><br />A editora de Mundo da Folha de S. Paulo, Claudia Antunes, voltou de um ano de estudos nos Estados Unidos com a sensação de que os jornalistas, lá, trabalham menos do que os brasileiros. “Eles trabalham muito, claro, mas não como nós”, afirma.<br /><br />Claudia diz que a crise da imprensa americana é um assunto intensamente debatido, porque os jornais perderam muita circulação, embora a indústria ainda seja lucrativa. “Mas, como existe uma projeção pessimista quanto ao futuro do jornal de papel, a cotação em bolsa é afetada” e a situação financeira das empresas se torna mais precária. Ainda assim, os grandes jornais nacionais – The New York Times, Washington Post, Wall Street Journal – e alguns regionais, entre os quais cita o The Seattle Times, menos conhecido no Brasil, têm redações muito maiores do que as brasileiras. “É raro encontrar jornalista que faça três pautas diárias, rotina nos jornais brasileiros”, afirma.<br /><br />A degola dos correspondentes<br /><br />Os jornais americanos com freqüência põem fora do dia-a-dia um repórter que passará um, dois meses apurando uma reportagem. “No Brasil isso ainda acontece, mas é cada vez mais raro”.<br /><br />Claudia Antunes diz que gosta do trabalho na Internacional. Isso fez com que ela aceitasse convite do jornal para, após um ano em Harvard, assumir a editoria de Mundo (ver, abaixo, "Aprendizado de sucursal").<br /><br />– E eu já conhecia a maioria das pessoas. A equipe de Mundo da Folha é acima da média, comparada com as de outros jornais, porque tem muitos repórteres, que trabalham como redatores mas também viajam para fazer coberturas especiais – orgulha-se.<br /><br />O trabalho ficou muito mais fácil com a internet:<br /><br />– Ela abriu campos novos e tornou menos passivos os redatores de Internacional, menos dependentes do material enviado pelas agências de notícias. O padrão melhorou muito. O lado ruim é que todos os jornais cortaram investimentos em Internacional.<br /><br />Cita o caso do Jornal do Brasil. No tempo em que trabalhava lá, o jornal tinha correspondentes em Moscou, Tóquio, Roma, Londres, Paris, Madri, Bonn, Buenos Aires, Washington, Nova York e até Bogotá. Hoje, nenhum jornal brasileiro tem isso.<br /><br />Repórteres de agências são “heróicos”<br /><br />Claudia não concorda com a crítica de Nahum Sirotsky, legendário jornalista que é correspondente do IG, a respeito da discutível qualidade dos correspondentes de agências (ver “Faltam correspondentes”).<br /><br />– Os repórteres das agências são heróicos – diz a editora de Mundo da Folha. – Mas não são analíticos. É preciso levar em conta que competem com o online.<br /><br />O que não se pode, diz a jornalista, é “ficar apenas com a tradução do material de agência, que não tem contexto, nem história, nem análise”. Mas, segundo Claudia, os correspondentes das agências se esforçam para ser objetivos.<br /><br />– Mais do que os dos jornais, como o New York Times, o Financial Times, o Le Monde, que têm posições formadas sobre os assuntos, nem sempre políticas, mas definidas pela cultura, cultura tout court e cultura política.<br /><br />Só com o trabalho das agências não se entende o que acontece, constata ela.<br /><br />Claudia não se diz satisfeita com o trabalho realizado. “Trabalho em jornal, como se sabe, é uma frustração diária, nunca se chega ao que se tem em mente”. Uma queixa que se repete nas redações: “o fechamento é muito cedo”. Grande ironia da mudança tecnológica. Quando os computadores chegaram ao Jornal do Brasil, onde éramos colegas, a lógica indicava que o fechamento poderia ser retardado, dadas as facilidades criadas pela tecnologia. Aconteceu o contrário.<br /><br />Nesse ambiente, torna-se ainda mais necessária uma boa formação. “O jornalista precisa ter a história na cabeça, saber o que é relevante”, diz Claudia.<br /><br />Agenda própria, sem ser “caipira”<br /><br />Entre os grandes jornais, a editora destaca o New York Times e o Financial Times:<br /><br />– Dois bons jornais, complementares, diferentes. O NYT com foco sempre na cultura. O FT é um jornal de economia, mas sabe enxergar a política na economia. O NYT faz grandes coberturas internacionais, mas tem dificuldade para fazer essa combinação. Como os jornais brasileiros.<br /><br />Claudia afasta a idéia conspiratória. “O que eles têm é uma agenda americana” muito bem definida, há muito tempo, e amplamente compartilhada por diferentes setores da sociedade. É o que falta um pouco na cobertura internacional da imprensa brasileira, afirma. “Ter uma agenda própria”. Não em termos políticos, mas em extensão da cobertura.<br /><br />– Acho que o que pode diferenciar uma cobertura da outra não é tanto o viés político, se é esquerda, direita, centro, se mantém a objetividade, se não mantém – diz a jornalista. – Toda cobertura é influenciada, um pouco, pelo ponto de vista de quem está produzindo, e isso é mais pronunciado em política internacional. O que diferencia é de que país, de quem você vai falar. E nisso é que a gente não pode ser igual nem aos Estados Unidos, nem aos jornais europeus. A gente pode aproveitar muita coisa que eles fazem, como a gente aproveita. Tem muita coisa de qualidade. Mas a gente tem que tentar criar a nossa própria agenda. Não de uma forma, assim, caipira, “Ah, vamos dar porque tem relação com o Brasil. Vamos dar porque isso interessa ao Brasil”. Não é desse ponto de vista. Quem faz internacional tem que ter uma visão cosmopolita. Não precisa ter uma relação direta com o Brasil para ser importante. É a gente tentar ver que regiões do mundo têm problemas iguais aos nossos. O que você vai dar é mais importante do que como você vai dar. Porque como você vai dar, você tem que ter sempre uma idéia de ser sempre o mais objetivo possível e ao mesmo tempo o mais contextualizado e o mais analítico possível.<br /><br />Aprendizado de sucursal<br /><br />Claudia Antunes, se formou em jornalismo pela UFRJ em 1982. Dos primeiros trabalhos como estagiária ficou-lhe uma lembrança forte do BIP – Boletim Informativo das Paróquias –, jornalzinho da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Depois foi para o Jornal do Brasil, onde passou, ainda estagiária, pela editoria de Cidade e pela Internacional – que, chefiada por Jorge Pontual, tinha como redatores, entre outros, Raul Ryff e Aluisio Machado.<br /><br />Em 1984 foi para a TV Manchete, como editora de texto. Voltou em 1986 à Internacional do JB, onde foi redatora e subeditora. Entre 1992 e 1995, foi subeditora de Política – isso incluiu a inesquecível cobertura do impeachment de Fernando Collor. Em 1995, substituiu Regina Zappa, a editora de Internacional, que havia recebido uma bolsa para estudar nos Estados Unidos.<br /><br />Em 1999, convidada por Marcelo Beraba, tornou-se coordenadora de Redação – cargo equivalente a chefe de Reportagem – da sucursal da Folha de S. Paulo no Rio de Janeiro. Em julho de 2005, iniciou um ano sabático patrocinado pela Fundação Nieman, de Harvard. São 12 bolsas para jornalistas americanos e outro tanto para não-americanos. Ela pôde escolher os cursos que seguiria. Na volta, foi convidada a assumir a editoria de Internacional da Folha.<br /><br />De sua experiência na sucursal do Rio ficou o aprendizado de faz-tudo. “Foi seqüestro no ônibus 174, apresentação de balanço da Petrobrás, mudança na diretoria do BNDES, cobertura política de Garotinho. Sucursal tem essa característica”.</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-42594547004508317862007-12-17T10:31:00.000-02:002007-12-17T10:36:07.940-02:00Foto: Escultura de neve na China<em>* Escultura de neve "Romantic Feelings" em Harbin, na província de Heilongjiang, China. Da Reuters.</em><br /><br /><br /><em><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5144919157591546482" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI6mH4BNgniknE3W6oDcp7X57lopW42kmPS-3SKIwgWpBPsPbxdsJh8XF5qU1ZMfwRvRTnxxdy06MngzYE8u0djdcJ-O6heUNleTujrQO_NKHqzLpCn6pnraRQOT4QL4sHkVWOymtCSFrz/s320/Escultura+de+neve+chamada+Romantic+Feelings+em+Harbin,+na+prov%C3%ADncia+de+Heilongjiang,+China.jpg" border="0" /></em>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-67818214748430706212007-12-10T01:08:00.000-02:002007-12-10T01:12:56.146-02:00Central da Periferia no Haiti<div style="text-align: justify;">* O Haiti é não aqui? Regina Casé mostra no Central da Periferia como jovens haitianos vivem na periferia. Exibido em 9 de dezembro de 2007. Vídeo <a href="http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM764038-7823-CENTRAL+DA+PERIFERIA+JOVENS+DO+HAITI+CONHECEM+FAVELA+BRASILEIRA,00.html">aqui</a>.<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-84698696737113431022007-12-05T16:22:00.000-02:002007-12-05T16:41:39.226-02:00JC: A Vida Mambembe<div align="justify"><em>* Série de reportagens assinada por Fabiana Moraes sobre a vida de artistas de circos que circulam pela periferia. Publicada em de 23 de outubro de 2006 no Jornal do Commercio, ganhou o Prêmio Esso 2007 na categoria Regional 1.</em><br /><br /><strong><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUX4uvXGsepLWa8gCvtVIJl2W4KhOwCTeewXae3U9wE1DrRMSr5mkA0ywRy34eDWDOLHBrLMGw4Lllc9U-cNvnbiv4qAI6kC2NedLGMXKhEa-ljv__f2jkLJFY3VJNNmg07eveHrlL6RDO/s1600-h/avidamambembe.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5140560704540604930" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUX4uvXGsepLWa8gCvtVIJl2W4KhOwCTeewXae3U9wE1DrRMSr5mkA0ywRy34eDWDOLHBrLMGw4Lllc9U-cNvnbiv4qAI6kC2NedLGMXKhEa-ljv__f2jkLJFY3VJNNmg07eveHrlL6RDO/s320/avidamambembe.jpg" border="0" /></a>Sobrevivendo sob a lona</strong><br /><br />São nove da noite e Maria Aparecida de Albuquerque, a Cida, 40 anos, está apressada: pinta os lábios de vermelho rapidamente, coloca sombra escura, escova os cabelos. Veste um maiô preto com lantejoulas, bem cavado, sobre a meia arrastão. Dá um beijo no filho Diego, de 12 anos, portador de paralisia cerebral, e sai correndo: está na hora da dona de casa, casada, dois filhos, transformar-se na maravilhosa Shirleide, a mulher que todas as noites canta sucessos de Gretchen ou Calypso para uma platéia que paga R$ 1 para entrar no circo Trans-América, um dos poucos circulando na periferia no Recife. Às vezes, são 300 pessoas aplaudindo. Às vezes, apenas 30. Por mais contraditório que pareça, Shirleide não se importa tanto com o número de espectadores, mas Cida está sempre na expectativa: ela sabe que o café da manhã e o almoço do dia seguinte dependem do dinheiro que seu filho mais velho, Diogo, 18, vai trazer da bilheteria.<br /><br />Para Shirleide, a vida é bem mais glamourosa: além de rebolar, sorrir e ser aplaudida, ela também é admirada enquanto rodopia no ar usando a lira (circunferência de ferro pendurada no alto da lona) no número de balé aéreo. Cida, por sua vez, tem que cozinhar diariamente para cerca de 15 pessoas, costurar as roupas já gastas dos artistas do Trans-América e levar o filho menor, duas vezes por semana, para a fisioterapia. O trabalho é árduo. Diogo pesa cerca de 60 quilos e não anda. Ela precisa de dois ônibus para chegar até Afogados, onde seu filho se trata.<br /><br />Enquanto ela vai, o marido, Gerson Cardoso da Silva, 55, fica cuidando do espetáculo e de assuntos burocráticos relativos ao circo que adquiriu há cerca de 13 anos. Os problemas são muitos, e variados: há o pagamento dos integrantes da trupe, a lona que está rasgada, o sumiço do equipamento de som, a contratação da banda que animará o espetáculo de logo mais. Gerson faz as vezes de animador. Por volta das 20h30, ele entra no trailer usado como cabine de som e de lá chama os artistas ­ inclusive a esposa Cida/Shirleide.<br /><br />“Convido a todos para a viagem de ilusão e fantasia! senhoras, senhores e crianças, o sonho vai começar!”, diz ele, enquanto o picadeiro é invadido pelo trapezista e palhaço Ricardo, 24, que mostra o giro espacial, um número onde o artista faz várias evoluções usando os braços como apoio, ou apenas as pontas dos pés. Enquanto o rapaz gira a vários metros no chão, um homem bêbado entra no circo e fica observando a façanha.<br /><br />Nesta semana, o Trans-América estava na quarta etapa de Rio Doce, local com maior “produto interno bruto” do que, por exemplo, a Favela do Rato (Comunidade do Pilar), onde a tenda havia sido armada antes. Quanto mais pobre é a platéia, mais mirrada é a renda do circo. Em Rio Doce, a média do público animou seu Gerson, que viu cerca de 100 pessoas irem até a lona nos dias de atrações como shows de brega e bailarinas seminuas.<br /><br />Ele chama a próxima estrela: é o Palhaço Chupetinha, que, sem maquiagem, é o garoto Lardi, de apenas seis anos. Ele adora a profissão e quer ser como o pai, Laudionor Lima da Silva, 26, o Palhaço Mutreta. No picadeiro, o menino canta a música Eu faço cócegas e faz gestos obscenos – mexe os quadris, os genitais, mostra o dedo médio – para a platéia. É um espetáculo meio triste e constrangedor, mas é assim que Lardi ajuda o orçamento familiar. As apresentações continuam até a chegada do convidado da noite: é a drag queen Sempre Quita, uma celebridade entre as lonas da periferia. O público delira, Chupetinha pula no palco, felicíssimo, e faz uma espécie de performance com a drag, que entoa uma música onde se ouvem palavras como “cadela” ou “vagabunda”.<br /><br />É o 10º bairro que o Trans-América visita este ano (e Quita, como é chamada pelos fãs, faz sucesso em todos). Além de Rio Doce e Favela do Rato, eles já estiveram em Roda de Fogo e Maranguape 1. Na primeira semana, o ingresso custava R$ 2 para adultos e R$ 1 para crianças. Agora, o preço é único: apenas R$ 1 para ver o incrível engolidor de fogo (de novo Laudionor, que também é pirofagista e cabeleireiro), o palhaço Fuzuê, os equilibristas Rodrigo e Diego. Seu Gerson, pode-se dizer, tem um bocado de sorte: 90% dos seus “empregados” fazem parte de sua família. São filhos do primeiro casamento, genros, noras. Quando o público é pouco, ele vende uns discos, uma caixa de som, tv velha. Dá o apurado a Cida, que compra comida e espera o show do outro dia. (F.M.)<br /><br /><br /><strong>Picadeiro é alternativa para quem quer fugir da fome</strong><br /><br />O Big Circo Brasil, atualmente rodando em cidades como Ipojuca, Escada e Primavera, abriga dores de diferentes tons. Os empregados são, na maioria, gente que não tinha muita opção e terminou por ali para ter um lugar pra dormir e comer. Entre eles está Eduardo Claudino da Silva, 22, também conhecido como O Incrível Homem do Peito de Aço. O título tem explicação: Eduardo, nascido em Quipapá, interior de Alagoas, há anos sem ver a família, ganha cerca de R$ 20 por semana – às vezes menos – permitindo que uma pedra grande seja quebrada em seu tórax.<br /></div><div align="justify"><br />“Eles batem com uma marreta, a pedra se divide no meio”, conta ele, entre tímido e orgulhoso por seu número. O peito de carne e osso de Eduardo reclama, mas ele não presta muita atenção. Às vezes dói também na pele, principalmente quando ele entra no picadeiro trazendo a sua Cama Infernal, uma lona dobrada em quatro e forrada com vidro. Ele passa os cacos nos braços, nas pernas, no rosto. A platéia da cidade de Primavera, a 97 quilômetros do Recife, olha sem muito assombro – definitivamente, é tarefa inglória concorrer com o sangue fácil da televisão. Mas Eduardo, transformado em artista que aprendeu a se virar dentro da estrutura precária que é a sua própria vida, tem seus trunfos: ele deita-se sobre os pedaços de garrafas de Rum Montilla quebrados minutos antes atrás da velha lona do Big Circo Brasil e espera que o apresentador Jardiel suba em suas costas. Depois, vira o corpo para cima e uma garota é convidada a também subir no seu corpo. Os cacos de vidro já fizeram o estrago – vê-se sangue em seus braços, costas, rosto. Há sangue também no peito de aço.<br /><br />O número de integrantes do Big Circo Brasil é, assim como nas outras lonas, bastante flutuante: há pouco menos de dois meses, eram 16. Três artistas saíram quando a estrutura foi desmontada em Escada e seguiu para Primavera. Na mudança, mais duas pessoas se juntaram ao empreendimento de Zenaide Ferreira e Alexandre Jorge, 23, mãe e filho que administram o circo. É uma renovação constante de talentos – entenda-se por isso o talento para cumprir qualquer tarefa do que propriamente um dote artístico. “A maior parte de quem chega não faz nada, quer apenas um canto para dormir. É aqui que eles aprendem alguma coisa”, diz Alexandre, que faz as vezes de apresentador, atirador de facas e palhaço. A mulher dele, Márcia (a Garotinha Mayara), 22, é uma das bailarinas que dançam os sucessos populares ao lado de mais duas meninas. As músicas não se diferenciam do Trans-América e de outros circos circulando no Estado. Amor, paixão e a expressão “toda molhada” são uma constante no picadeiro. “O circo hoje se segura com bailarina e palhaço. Se não tiver piada e mulher bonita, não tem público”, diz Alexandre.<br /><br />Aos 17 anos, a dançarina Aline Cristina não é exatamente uma mulher voluptuosa. Magrinha, tem rosto e corpo de menina. É novata no Big, que seguiu para acompanhar Sérgio Marcos, 18, contratado para se equilibrar sobre o chamado cilindro japonês e passar fogo no corpo. A função de Aline é “levar a platéia ao delírio”, e, para isso, ela entra no picadeiro usando um biquíni que deixa o bumbum de fora. Sobe e desce ao chão, rebola envergonhadíssima, insinua-se para a platéia. A mãe evangélica não concordou quando a filha, ex-adepta da Bíblia sob o braço, saiu de Ribeirão para se juntar ao equilibrista. Os dois agora vivem em uma barraquinha montada atrás da lona principal. Sustentam-se com R$ 35 por semana. Aline, maquiada de mulher bonita antes de entrar no palco, passa a mão na barriga e sorri. “Acho que estou grávida, minha menstruação está duas semanas atrasada.”<br /><br />LOUCURA E PURPURINA - A outra novata na lona atende simplesmente pelo nome de Maria. Foi chegando no Big aos poucos, antes da viagem até Primavera. Agora, é uma das novas “artistas”. Ninguém sabe a sua idade, nem a própria. Aparentando pouco mais de 40 anos, Maria é deficiente mental. Já ganhou nome artístico: Paraguaia. Dança no picadeiro repleta de uma maquiagem feita por ela mesma, onde camadas de purpurina dourada enfeitam olhos e bochechas. Sem os dentes da frente, gordinha, ela dança com um vestido curto. Em seu imaginário, Maria, que hoje vive no mesmo barraco de Eduardo Peito de Aço, é uma bailarina. Para o público, no entanto, ela é um bom alvo de piadas e outro motivo para ir até o circo. A intenção é sempre rir e se divertir. Não importa muito bem com o quê. (F.M.)<br /><br /><br /><strong>O mágico Alakazan viu seu circo sumir em um plano de governo</strong><br /><br />Alakazan está deitado na cama de seu trailer e olha o movimento pela pequena janela. O circo de lona gasta que leva seu nome está armado na Vila Santa Luzia, na Torre, um local extremamente popular incrustado no bairro classe média. De vez em quando, um ou outro garoto chega até ali e lhe pede alguma coisa, baixinho. “Não, hoje não, já lhe dei dinheiro ontem, o que você quer mais?”, diz ele, meio aborrecido. Antes, os meninos ficavam fascinados com os truques do artista. Hoje, nas áreas pobres em que o circo passa, eles não esperam coelhos saindo de cartolas - se o mágico colocar R$ 1 em suas mãos, está feito o extraordinário.<br />O homem magro, vestindo roupas simples e dono de uma lona que tem como maior tesouro cinco velhos trailers e um Opala de quase 20 anos, já comandou um dos maiores circos do Norte e Nordeste. Wilson Ribeiro da Silva, 58 anos, chegou a empregar setenta pessoas, entre elas coreógrafos, músicos, palhaços, contorcionistas e cozinheiros. Viajava pelo Brasil com equipamentos que eram carregados em duas carretas próprias. Os artistas iam nos quatro ônibus também pertencentes ao mágico. Animais como elefantes, leões e chipanzés eram outros “contratados”. Eram os anos 80 e o Circo Alakazan fazia parte da mítica do “maior show da terra”. Alakazan, já sentado em sua cama e rodeado de caixas com roupas de apresentação e outros apetrechos usados em seus números de mágica, ri meio irônico quando fala dessa época. “O meu circo é o maior do mundo. Ele nunca enche.”<br /><br />Cerca de 15 pessoas trabalham no local - o número, como já foi dito, nunca é muito certo porque sempre existe alguém chegando ou saindo. Ao contrário de vários de seus pares, que levam a família sob a lona, Alakazan tem apenas um filho - Alakazan Júnior - que trabalha esporadicamente com ele. O rapaz de 26 anos já não se dedica ao equilibrismo. Vive de música. Trocou o arame pelo brega e hoje é o Alakazan dos Teclados.<br /><br />Há trinta e três anos trabalhando no circo, o mágico e proprietário de lona é sem dúvida um dos nomes mais importantes da arte circense em Pernambuco. Apesar da situação que nem de longe lembra a alegria do Alakazan de anos atrás, quando saía em turnê por Estados como Bahia, Maranhão, Paraíba e até Pará, o artista não pensa em largar o ofício. Vai tentando segurar o show como dá: para não faltar comida, uma das táticas é pedir apoio a comerciantes dos bairros. Caso uma padaria resolva doar pães para os trabalhadores do circo, o nome do estabelecimento é citado nas propagandas diárias, quando o velho Opala circula pelos bairros anunciando as atrações da noite.<br /><br />Além dos clássicos engolidores de fogo e malabaristas, o anúncio vindo do carro velho chama as grandes atrações: shows de Augusto César, Starboys, Swing no Amor e, de novo, a drag queen Quita. Às vezes, a atração não chega a ser anunciada e é feita à boca miúda. É quando acontecem “números” de strip-tease realizados por Vânia, a mulher de um dos palhaços. Apenas adultos são permitidos nessas ocasiões. “A gente absorve o que está na moda. Eu não gosto, mas o povo gosta”, comenta Alakazan, que não vitimiza a sua condição e assume: sua lona desgastada ainda dá renda. “Mas é preciso pagar bem os artistas e ter bons equipamentos. E para isso é preciso de mais público e de apoio”, fala ele, que viu seu mágico espetáculo começar a ruir nos governos de José Sarney (1985-1989) e Fernando Collor (1990-1992). O último confiscou os Cr$ 22 mil, moeda corrente na época, que Alakazan guardava para manter o circo. “Tive que ir vendendo tudo, atrasei folha de pagamento, os artistas foram embora”. Anos antes, um terrível acidente ocorrido no interior da Bahia já havia contribuído para a decadência da lona, quando um leão matou uma criança, a exemplo do que aconteceria anos depois em Pernambuco, no Circo Vostok. Nunca mais o Alakazan foi o mesmo.<br /><br />PALHAÇADA E BARRIGA VAZIA - No Gran Londres Circo, comandado por Índia Morena (Margarida Pereira de Alcântara, 63, conhecida nacionalmente entre seus colegas de lona), vive Givanildo Francisco dos Santos, o Palhaço Maletinha, pai de 24 filhos. Oito moram na barraca erguida atrás da lona. Lucas é o mais novo, tem 4 meses, e estava nos braços da irmã Mayara, 5, no dia da primeira visita da reportagem ao local. Os dois, além de outras crianças, brincavam perto da estrutura de uma velha geladeira vazia que cumpria o papel de jaula para uma jibóia, a estrela do show da noite.<br /><br />Maletinha acaba de ser contratado por Índia, que vai pagá-lo semanalmente, e não apenas os cachês por shows. “Ele é meu melhor artista e entende tudo sobre a armação da lona”, elogia ela, presidente da Associação dos Circenses de Pernambuco. Considerada uma das melhores contorcionistas que o picadeiro pernambucano já viu, ela conseguiu construir uma casa em Muribeca Rua, Jaboatão, mas diz não conseguir passar muito tempo lá. “Meu lugar é aqui na lona.” Faz 53 anos que a sexagenária tem vida mambembe. No trailer em que vive, panelas, comida e roupas de paetês dividem espaço com duas camas. As roupas são o grande orgulho da ex-rumbeira, que, vaidosa, anuncia: “Tenho mais de cinqüenta pares de sapatos”. Presidente da Associação dos Circenses de Pernambuco, ela, desiludida com a classe, reclama: “Os artistas estão se acabando. Hoje, o circo tem só gente morrendo de fome.” Andréa, mulher do Palhaço Maletinha, concorda. “Às vezes, o aperto aqui é muito grande.” (F.M.)<br /><br /><a href="http://jc.uol.com.br/jornal/2006/10/23/not_205752.php">Link</a></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-41402960766781829472007-11-28T11:11:00.000-02:002007-11-28T11:18:02.235-02:00O que é notícia?<div align="justify"><em>* Rubem Braga, sempre.</em><br /><br />Os temas que aparecem com frequência nos meios de comunicação vão moldar as conversas e os pensamentos que circulam na sociedade, vão ditar os modismos, as piadas, as preocupações, as imaginações. E o que é mais preocupante é que esses temas (os mais recorrentes na grande mídia) são quase sempre os mesmos. E estão geralmente associados às fofocas pessoais, entretenimentos apelativos ou tragédias sociais.<br /><br />Meu amigo lança fora, alegremente, o jornal que está lendo e diz:<br /><br />- Chega! Houve um desastre de trem na França, um acidente de mina na Inglaterra, um surto de peste na Índia. Você acredita nisso que os jornais dizem? Será o mundo assim, uma bola confusa, onde acontecem unicamente desastres e desgraças? Não! Os jornais é que falsificam a imagem do mundo. Veja por exemplo aqui: em um subúrbio, um sapateiro matou a mulher que o traía. Eu não afirmo que isso seja mentira. Mas acontece que o jornal escolhe os fatos que noticia. O jornal quer fatos que sejam notícias, que tenham conteúdo jornalístico. Vejamos a história desse crime. "Durante os três primeiros anos o casal viveu imensamente feliz..." Você sabia disso? O jornal nunca publica uma nota assim:<br /><br />"Anteontem, cerca de 21 horas, na rua Arlinda, no Méier, o sapateiro Augusto Ramos, de 28 anos, casado com a senhora Deolinda Brito Ramos de 23 anos de idade, aproveitou-se de um momento em que sua consorte erguia os braços para segurar uma lâmpada para abraça-la alegremente, dando-lhe beijos na garganta e na face, culminando com um beijo na orelha esquerda. Em vista disso, a senhora em questão, voltou-se para o seu marido, beijando-o longamente na boca e murmurando as seguintes palavras: "Meu amor", ao que ele retorquiu: "Deolinda". Na manhã seguinte, Augusto Ramos foi visto saindo de sua residência às 7,45 da manhã, isto é, dez minutos mais tarde do que o habitual, pois se demorou, a pedido de sua esposa, para consertar a gaiola de um canário-da-terra, de propriedade do casal."<br /><br />A impressão que a gente tem, lendo os jornais - continuou meu amigo - é que "lar" é um local destinado principalmente à prática de "uxoricídio". E dos bares, nem se fala. Imagine isto:<br /><br />"Ontem, cerca de 10 horas da noite, o indivíduo Ananias Fonseca, de 28 anos, pedreiro, residente à rua Chiquinha, sem número, no Encantado, entrou no bar "Flor Mineira", à rua Cruzeiro, 534, em companhia de seu colega Pedro Amancio de Araújo, residente no mesmo endereço. Ambos entregaram-se à fartas libações alcoólicas e já se dispunham a deixar o botequim, quando apareceu Joca de tal, de residência ignorada, antigo conhecido dos dois pedreiros, e que também estava visivelmente alcoolizado. Dirigindo-se aos dois amigos, Joca manifestou desejo de sentar-se à sua mesa, no que foi atendido. Passou então a pedir rodadas de conhaque, sendo servido pelo empregado do botequim, Joaquim Nunes. Depois de várias rodadas, Joca declarou que pagaria toda a despesa. Ananias e Pedro protestaram, alegando que eles já estavam na mesa antes. Joca, entretanto, insistiu seguindo-se uma disputa entre os três homens, que terminou com a intervenção do referido empregado, que aceitou a nota, que Joca lhe estendia. No momento em que trouxe o troco, o garçom recebeu uma boa gorjeta, pelo que ficou contentíssimo, o mesmo acontecendo aos três amigos, que se retiraram do bar alegremente, cantarolando sambas. Reina a maior paz no subúrbio do Encantado, e a noite foi bastante fresca, tendo dona Maria, sogra do comerciário Adalberto Ferreira, residente à rua Benedito, 14, senhora que sempre foi muito friorenta, chegado a puxar o cobertor, tendo depois sonhado que seu netinho lhe oferecia um pedaço de goiabada."<br /><br />E meu amigo:<br /><br />- Se um repórter redigir essas duas notas e levá-las a um secretário de redação será chamado de louco. Porque os jornais noticiam tudo, tudo, menos uma coisa tão banal de que ninguém se lembra: a vida...</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-65372026192816270212007-11-26T00:49:00.000-02:002007-11-26T00:53:59.309-02:00Folha: País quer quem fale bem a língua, diz FHC<div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">* Trecho de matéria sobre o Congresso Nacional do PSDB publicada em 24 de novembro de 2007, na Folha. Assinam Silvio Navarro, Felipe Seligman e Maria Luiza Rabello.</span><br /><br />O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso encerrou ontem o Congresso Nacional do PSDB, em Brasília, afirmando que quer "brasileiros melhor educados, e não liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria."<br /><br />O ex-presidente cometeu um erro de português. Especialistas consideram que, de acordo com a norma culta da língua, o correto seria ter dito "brasileiros mais bem educados".<br /><br />Em suas mais duras críticas desde que começou o evento tucano, FHC não mencionou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nem o PT, mas sua fala foi entendida pelos presentes como uma alusão ao presidente petista.<br /><br />Em um esforço para tentar separar as denúncias do valerioduto tucano do escândalo do mensalão, o PSDB, no último dia do congresso, deixou para FHC desferir a artilharia pesada contra o governo e o PT, a quem o ex-presidente se refere como "elitezinha que se abotoou ao poder".<br /><br />O tucano citou Lula logo na primeira frase do discurso, mas, no decorrer da fala, passou a ocultar o nome do presidente Lula. Permeou o discurso com frases para rebater as críticas do PT que o partido e seus membros são elitistas.<br /><br />"Nosso partido tem gente acadêmica, não temos vergonha disso. Tem gente que sabe falar mais de uma língua, e também sabemos muito bem falar a nossa língua. Muitos brasileiros ainda não puderam saber falar bem a nossa língua e muito menos as outras", afirmou FHC para os militantes.<br /><br /><a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2411200706.htm">Link</a></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-41323302482479752862007-11-07T23:55:00.000-02:002007-11-08T00:21:13.270-02:00Juliette Binoche na Playboy francesa<div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">* A Playboy francesa de novembro não traz uma coelhinha qualquer na capa. A atriz Julliete Binoche, 43, é o destaque. Ela posou para a fotógrafa Marianne Rosenstiehl.</span><br /></div><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7uzlV54bO5dOJ4QuWNfdT02guoFd3tT8KlZPo4MFQNUYbAAyuWjVk9yNeupEehf5_GbGyxpQtG2_nq8j1loN0KTllHqaP4eEJr-yPsLVcwrh1qe2aAkhTn6aAktiITuGyjc8SV6MXjtb4/s1600-h/Juliette+Binoche+-+Playboy+0.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7uzlV54bO5dOJ4QuWNfdT02guoFd3tT8KlZPo4MFQNUYbAAyuWjVk9yNeupEehf5_GbGyxpQtG2_nq8j1loN0KTllHqaP4eEJr-yPsLVcwrh1qe2aAkhTn6aAktiITuGyjc8SV6MXjtb4/s320/Juliette+Binoche+-+Playboy+0.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130286043560879698" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7uOXYKN8FhyphenhyphenuMWp2gaielnqN_D6Dh_BIhiaWNSKd_07qbFuslUxeZxdSQjAdlRAgQc-QvTnAb2R-tcUogd0jdT7TRK1VcDWxuuTmB_firdqf3036q9LmhiyWhxUIx95bWoyHhJTcbLQUr/s1600-h/Juliette+Binoche+-+Playboy+1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7uOXYKN8FhyphenhyphenuMWp2gaielnqN_D6Dh_BIhiaWNSKd_07qbFuslUxeZxdSQjAdlRAgQc-QvTnAb2R-tcUogd0jdT7TRK1VcDWxuuTmB_firdqf3036q9LmhiyWhxUIx95bWoyHhJTcbLQUr/s320/Juliette+Binoche+-+Playboy+1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130285901826958914" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlovcnaf5pcW4UHdKIRxnomTrsfk9CC3qAROuROY6UEVKwO6i0KDTPQesRZ_QUOyoCZYoeXUnrLbUi8wPb2OAfw7hDLcvgoHUqXWouVd8xxN49Vepthcz83iNeoQkK1u5-sKWslXxL2ofe/s1600-h/Juliette+Binoche+-+Playboy+6.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlovcnaf5pcW4UHdKIRxnomTrsfk9CC3qAROuROY6UEVKwO6i0KDTPQesRZ_QUOyoCZYoeXUnrLbUi8wPb2OAfw7hDLcvgoHUqXWouVd8xxN49Vepthcz83iNeoQkK1u5-sKWslXxL2ofe/s320/Juliette+Binoche+-+Playboy+6.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130286812360025698" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJkN_ZNxN4RYZJkgi43fqa6p8BpLFIe0ypjPbd5w-jgs42yeOEL9eUFUY9oNeTJYevfNqepi8Ij9xWPvnfZL0K-uwkBFrgOTznf-0gLpOM5gAwujceQiCbL1XOV-AWWjJLMM3gi_zP9LWU/s1600-h/Juliette+Binoche+-+Playboy+2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJkN_ZNxN4RYZJkgi43fqa6p8BpLFIe0ypjPbd5w-jgs42yeOEL9eUFUY9oNeTJYevfNqepi8Ij9xWPvnfZL0K-uwkBFrgOTznf-0gLpOM5gAwujceQiCbL1XOV-AWWjJLMM3gi_zP9LWU/s320/Juliette+Binoche+-+Playboy+2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130285742913168946" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO9EkWUw6oYargrS02BHZI3WGtqzDNfSpWDuzr4C8Plf5x7sDi1iqjORYc4T_HX8yGcLiyh-sSDr1ZpNlgUemO9NvauQnIN59K4pewG5gAQJ70K46NZuSYOEBt0LjvtgRw3nfiKjxXpju3/s1600-h/Juliette+Binoche+-+Playboy+5.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO9EkWUw6oYargrS02BHZI3WGtqzDNfSpWDuzr4C8Plf5x7sDi1iqjORYc4T_HX8yGcLiyh-sSDr1ZpNlgUemO9NvauQnIN59K4pewG5gAQJ70K46NZuSYOEBt0LjvtgRw3nfiKjxXpju3/s320/Juliette+Binoche+-+Playboy+5.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130285201747289618" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQfBo9vwDXJRWS-_jThExqGP4K5t7dFAzazgOUim56d39-ATNMhfhIyQD9F-eIAaWV9mCltc7_i82Bi_n058xQQAbFPasuiG6hGuDV4Oq4ZJ8JAp9pVE0zjlWXHIH9EXDh2ERq6lyx7fgY/s1600-h/Juliette+Binoche+-+Playboy+3.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQfBo9vwDXJRWS-_jThExqGP4K5t7dFAzazgOUim56d39-ATNMhfhIyQD9F-eIAaWV9mCltc7_i82Bi_n058xQQAbFPasuiG6hGuDV4Oq4ZJ8JAp9pVE0zjlWXHIH9EXDh2ERq6lyx7fgY/s320/Juliette+Binoche+-+Playboy+3.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130285077193238018" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit3Z9xBhkTj_cALYc5ygVFDSG0nbiz-ZDwNZKCNlLPXDMGrMVB5CGtg1s0qYbkfFqL-AkKHsCKkdswUGXSq6F8AYLBADXYUpwawckwCIeOvsM9BzFa3vUJq6hxGzUPdn2UD28mZv6spfqZ/s1600-h/Juliette+Binoche+-+Playboy+4.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit3Z9xBhkTj_cALYc5ygVFDSG0nbiz-ZDwNZKCNlLPXDMGrMVB5CGtg1s0qYbkfFqL-AkKHsCKkdswUGXSq6F8AYLBADXYUpwawckwCIeOvsM9BzFa3vUJq6hxGzUPdn2UD28mZv6spfqZ/s320/Juliette+Binoche+-+Playboy+4.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130284909689513458" border="0" /></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-57144726597864967092007-11-07T23:31:00.000-02:002007-11-07T23:43:20.005-02:00Aspas: Imprensa exclui os excluídos, diz Kotscho<div style="text-align: justify;">"Muito dos meus colegas jornalistas deixam de ir onde o povo está. Fazem as coisas por telefone ou e-mail. O que predomina na imprensa brasileira hoje é o noticiário oficial, de poder e de celebridades. Isso exclui os excluídos. A gente muitas vezes fica falando dos patrões da grande mídia, mas a mudança de postura depende dos profissionais. O Zuenir já deu vários exemplos disso. O repórter tem que ir para a rua."<br /><br /><div style="font-style: italic;"> Ricardo Kotscho, jornalista e escritor no Fórum das Letras de Ouro Preto, em 2 de novembro de 2007<br /><span style=";font-family:Verdana,Arial,Helvetica,sans-serif;font-size:85%;" ></span> </div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-82338123918354547302007-11-05T13:03:00.000-02:002007-11-07T23:25:25.791-02:00NYT: The Very Expensive Reality of Chasing Reality TV<div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">* Você gastaria US$ 8 mil para tentar participar de um reality show? O americano Tom Sullivan gastou e garante que fez um bom investimento. Assim como ele, centenas de outras pessoas em todo o mundo abrem mão de tempo e dinheiro para aparecer na tevê. A repórter Abby Ellin contou a história de algumas delas na edição do New York Times de 4 de novembro de 2007.</span><br /><br />TO say Tom Sullivan likes “Survivor” would be a gross understatement. Mr. Sullivan, a radio and television host in Atlanta, auditioned five times for this reality show, which has a $1 million prize. He spent hours shooting, editing and mailing videotapes of himself to producers and casting agents, and has traveled to four cities to compete for the honor of not being voted off the island.<br /><br />His quest has not just cost him time — it has also cost him money, to the tune of $8,000 over the past five years. And he has never made it onto the show. But Mr. Sullivan, 38, says his efforts have been worth every penny.<br /><br />“I learned how to deal with producers and I had some great experiences,” he said.<br /><br />Mr. Sullivan is one of many people who have dropped big money auditioning for reality television shows and contests. The reasons for doing so vary: Some people mainly want to be on television, but for others it is part of a very specific plan to enhance their careers. To them, the money they spend is not so different from, say, investing in a business degree or hiring a career coach.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEzq_tER1ODU8syJxfFOb52TKWbycCQjSuxkBwFeBekZ80jWgdugpG2XAX4_AkclQFTcsovR5B-lduGWu8-3BTeOjj3v166DrlB7i7B5jd35ifyPyYojcSpJZjFEJLCotVIsz2464uRI5A/s1600-h/Sergio+Alain+Barrios+-+Tyler+Hicks+-+NYT.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEzq_tER1ODU8syJxfFOb52TKWbycCQjSuxkBwFeBekZ80jWgdugpG2XAX4_AkclQFTcsovR5B-lduGWu8-3BTeOjj3v166DrlB7i7B5jd35ifyPyYojcSpJZjFEJLCotVIsz2464uRI5A/s200/Sergio+Alain+Barrios+-+Tyler+Hicks+-+NYT.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130271174384100834" border="0" /></a>“You can sit here and be as talented as you want, but unless you get out there and show people, you’re not going to get anywhere,” said Sergio Alain Barrios, 41, a New York-based fashion designer who has auditioned twice for “Project Runway.” On the show, which appears on the Bravo cable channel, 15 contestants receive assignments each week as they compete for a $100,000 prize to start a clothing line, along with other prizes; the show’s new season starts on Nov. 14.<br /><br />Mr. Barrios’s endeavor cost both time and money — $2,500 in 2004, and about $5,000 in 2005. Aspiring contestants are required to bring in three samples of their work; Mr. Barrios designed 15 pieces and whittled down the selection to 3.<br /><br />His first try was unsuccessful, but “rather than be disappointed it motivated me to say, ‘I’ll show you,’” said Mr. Barrios, who works occasionally as a stylist and production assistant for Oscar de la Renta fashion shows. He said he did get a word of encouragement from Tim Gunn, one of the show’s on-the-air mentors.<br /><br />Mr. Barrios devoted all of 2005 to aiming for the show. That meant logging 1,560 (unpaid) hours honing his craft. In addition to buying the materials and paying other expenses, he acquired a large printer ($700, as well as $140 for cartridges and $100 for paper) to better show off his drawings before the judges.<br /><br />The night before the second audition, he and his boyfriend rented a room in the same hotel where the event was taking place (at $400 for the night), just to ensure that he would be fresh and ready the next morning. They also had a party for friends ($200 for food and liquor) who showed up to offer encouragement.<br /><br />The next day, he was pumped up and ready to go. But he was not chosen as a contestant.<br /><br />“I started crying when it was over; I was so glad it was done,” he said. “It takes so much out of you.”<br /><br />Susan Murray, associate professor in the department of media, culture and communications at New York University and co-editor of “Reality TV: Remaking Television Culture,” said she understood why people would spend large sums to audition for a reality program.<br /><br />Reality TV offers the promise of something extraordinary, and, she said, “that promise is so alluring.”<br /><br />“I would imagine people are willing to invest to get closer to it,” she said.<br /><br />And when it pays off, it pays off big. When Harold Dieterle, now 30, auditioned for “Top Chef” in 2005, he was the sous chef at a downtown Manhattan restaurant. For him, the $2,300 investment (mostly for three professional-quality knives and new kitchen clogs) paid off in spades: he won.<br /><br />“Winning kind of put my name on a national scale,” he said. It also helped him open his own Manhattan restaurant, Perilla, this year. “People believed in me.”<br /><br />That is what Caroline von Lintel, 46, an interior designer in Carefree, Ariz., hopes will come out of the $12,000 she spent preparing last month for Architectural Digest’s Open Auditions in Manhattan, where professional and nonprofessional aspiring designers and architects competed to win a photo spread in the magazine. There are no cash prizes, but semifinalists will appear on the Web site, where the public can vote for their favorite work, said Paige Rense, editor in chief of Architectural Digest. More than 400 people signed up for the event in New York, coming from as far away as Australia, Venezuela, Mexico and the Dominican Republic. The next audition is Jan. 29 in Miami, followed by contests in Houston and Los Angeles.<br /><br />“As a designer, it’s like a dream come true if I end up being a candidate,” said Ms. von Lintel, whose expenses included airfare, food, lodging for three nights and six photographs of interiors she had designed ($1,500 a photo). “If you never work again, you can say, ‘Wow, I went to the top.’ If you win, the magazine is in effect endorsing you.”<br /><br />And, she said, “the networking that can happen standing on line is invaluable.”<br /><br />DIANA OBANDO-PRESTOL, a 26-year-old architect, flew in from the Dominican Republic, where she lives, for the contest. She estimates that the trip and preparations cost a total of almost $5,500, including six nights in New York and the cost of head shots of herself for publicity.<br /><br />“Even if I am not selected, it’s a win-win situation,” she said. “It’s an opportunity to grow as a designer.”<br /><br />Ms. Obando-Prestol photographed a client’s three-bedroom home for the contest. Mr. Barrios, the fashion designer, says that he plans to audition again for “Project Runway” and that he is not put off by the time and money he has invested. As far as he is concerned, it is all part of his dream to design women’s clothes.<br /><br />“Nothing is overnight in this world, and I will audition for ‘Project Runway’ again and again,” Mr. Barrios said. “Like Nike says — ‘Just do it!’ It sounds corny, but that has become a sort of mantra for me through this whole audition process.”<br /><br /><a href="http://www.nytimes.com/2007/11/04/business/yourmoney/04reality.html?_r=1&oref=slogin">Link</a></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-36598646594554904392007-11-01T14:10:00.000-02:002007-11-01T14:21:38.440-02:00Herald Tribune: Citizens of nowhere<div align="justify"><em>* Os cidadãos de lugar nenhum: reportagem de Seth Mydans sobre o não-reconhecimento da cidadania de tailandeses. Publicado em 1º de abril, no International Herald Tribune. As fotos que ilustram a matéria, de Greg Constantine (exemplo abaixo), estão neste </em><a href="http://www.iht.com/slideshows/2007/04/01/asia/web-0401stateless.php?index=2"><em>slide show</em></a><em>.</em> </div><div align="justify"><br /></div><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5127907630265004114" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWC4qlgYwpEGEyUALG7mttlOzyVKothiCk2Eg5WhRoMpFKg1YXnYlKMnWNUgwtTLLVrPLnI6VWdx8CsOgAEoAebMQrK90TrPf_TyWX39idDorLqIl_gGH-QgYqInLBchWWnLonrMplWNJN/s400/stateless.jpg" border="0" /> <p align="justify">MAE AI, Thailand: Hidden in the back corners of the world is a scattered population of millions of nobodies, citizens of nowhere, forgotten or neglected by governments, ignored by census takers.<br /><br />Many of these stateless people are among the world's poorest; all are the most disenfranchised. Without citizenship, they often have no right to schooling, health care or property ownership. Nor may they vote, or travel outside their countries - even, in some cases, the towns - where they live.<br /><br />They are stateless for many reasons - migration, refugee flight, racial or ethnic exclusion, the quirks of history - but taken together, these noncitizens, according to one report, "are among the most vulnerable segments of humanity."<br /><br />Without the rights conferred by citizenship, they have few avenues for redressing abuses, and little access to resources that could help them build better lives. They have few advocates, because human rights groups tend to focus on the types of abuses they suffer - trafficking, exploitation, discrimination - rather than the root of their problems, their statelessness.<br /><br />In their variety, they share the lack of a basic human need: a place to call home.<br /><br />About two million of them are in Thailand, mostly members of ethnic minority groups and hill tribes, perhaps the largest stateless population in the world.<br /><br />Many were born in remote areas along the border with Myanmar, out of touch with the government, and lack documents that could prove that they, or one of their parents, were born in Thailand.<br /><br />"Everything is affected, all my rights," said Saidaeng Kaewtham, 38, who works as a gardener. "I can't travel, go to the hospital, do business or get an education. You can't choose your job, only labor."<br /><br />"Why can others do these basic things and I can't?" he asked. "If I had been a citizen I might have finished my education. I might have earned a master's degree already. Some of my friends have master's degrees."<br /><br />The number of people like Saidaeng is rising today with the shifting populations of a globalized world, experts say. The emergence of new democracies is also a factor, particularly in Africa, where the granting or removal of citizenship is used as a political weapon.<br /><br />"The very fact that democracy makes people count makes citizenship a more important social and political fact, and that has given an incentive to some political leaders to use citizenship as a tool to disenfranchise opponents," said James Goldston, executive director of the Open Society Justice Initiative.<br /><br />By the most common count, there are 15 million stateless people in the world, but by its nature, this is a number nobody can know for certain.<br /><br />"Statelessness is a global phenomenon, but each of the stories is different," said Philippe LeClerc, an expert on the issue with the United Nations High Commissioner for Refugees in Geneva.<br /><br />The stateless include some 200,000 Urdu-speaking Bihari in scores of refugee settlements in Bangladesh, where they are barred from many government services and subject to harassment and discrimination.<br /><br />Formerly a prosperous, land-owning community, they were stranded in Bangladesh when it separated from Urdu-speaking Pakistan in 1971. Although Pakistan at first offered refuge to fleeing Bihari, neither nation offers citizenship today to those who stayed behind.<br /><br />The stateless also include members of the Rohingya, a Muslim ethnic minority from western Myanmar, where they have been stripped of citizenship and denied civil rights and face exploitation, forced labor and religious persecution. More than 100,000 Rohingya have fled in recent decades to Bangladesh, where they live in camps or on the streets.<br /><br />They also include tens of thousands of Filipino and Indonesian children in the Malaysian state of Sabah, victims of discriminatory laws that, in effect, deny them birth certificates and often separate them from their families.<br /><br />Repression at home and the demand for cheap labor drew hundreds of thousands of Filipinos and Indonesians to Sabah over the past three decades. There are now 750,000 of them, nearly one-third of the local population, and the authorities are forcing many to leave.<br /><br />Because their children often lack documentation, an estimated 10,000 to 30,000 have been left behind to fend for themselves.<br /><br />In Thailand, the government has embarked on an unusual and ambitious program to determine its stateless people's rights to citizenship, checking documents and interviewing witnesses and local elders.<br /><br />"You have hundreds of nationality decisions taking place every month in these provinces," said LeClerc. "It's going in slow motion, but it demonstrates a consciousness on the part of Thailand that they have to address the issue."<br /><br />The only documentation Boon Phonma, 43, could offer was a birth date scribbled on a palm leaf by her mother. She said she was turned away by officials who said, "No, you're not Thai."<br /><br />Like some others without papers, she then presented officials with the results of a DNA test that she said was accepted as proof of her right to Thai citizenship.<br /><br />"I found out I have a whole big family here, 335 people," said Boon, who now works to help other stateless people. "I am a Thai confirmed, a Thai since birth."<br /><br /><a href="http://www.iht.com/articles/2007/04/01/asia/stateless.php">Link</a></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-66736287386459945722007-10-30T13:49:00.000-02:002007-10-30T17:39:07.261-02:00In Search of Stolen Saints<div align="justify"><em>* Matéria sobre o roubo de obras de arte sacras publicada na Times em 25 de outubro de 2007. Assina Andrew Downie.</em><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgnR_Q8eE6MVUP_7oPXzrjHJKWlHRhHOByD5lWGzRmDkcYnBHkPjsv9gTNKgIecR_OAUWtNFhvmSZa9t2k0216BglMj2evxaTrO0oxguhVFXzy6H9Je0Aeol9kXAjp6XRuUpNwpJoXOjDe/s1600-h/igrejadaordemterceiradesaofrancisco.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5127158738292437026" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgnR_Q8eE6MVUP_7oPXzrjHJKWlHRhHOByD5lWGzRmDkcYnBHkPjsv9gTNKgIecR_OAUWtNFhvmSZa9t2k0216BglMj2evxaTrO0oxguhVFXzy6H9Je0Aeol9kXAjp6XRuUpNwpJoXOjDe/s200/igrejadaordemterceiradesaofrancisco.jpg" border="0" /></a>The São Bento Church is remarkably tranquil for building wedged between Rio's bustling (barulhento) downtown and one of the city's major highways. So tranquil, in fact, that nobody even noticed, recently, when thieves (ladrões) walked into the Baptism Chapel one afternoon, sawed (retiraram) a priceless wooden sculpture off the wall, and waltzed off (saíram) with it.<br /><br />The piece, a six-inch statue of an icon named Faith, once formed part of the ornate gold-leaf side altars that date from 1690, shortly after work on the church began. "It was priceless," says Dom Paulo Azeredo Coutinho, one of the 45 monks (monges) who live and work in the famous building and monastery. "It was a one-off (peça única)."<br /><br />The same, unfortunately, cannot be said for its theft (roubo). Although no complete figures (números) are available, police and cultural officials report a large increase in recent years in the pilfering (furtos) of Brazil's religious artifacts and objets d'art. The booty (saque/pilhagem) includes wood and terracotta sculptures, gold and silver candlesticks, thuribles (incensório) and communion silver (pratas de comunhão) — even rare books, maps and engravings (gravuras).<br /><br />"This year in Rio we have seen five cases of theft (roubo) — four sculptures and one candelabra," said Marcos Monteiro, director general of Inepac, the Rio institute that oversees the state's cultural heritage. "It is getting worse as the market heats up and demands more pieces. There is a market for religious art and it has been growing since the 1940s. Now it is the hot trend."<br /><br />Monteiro tracks the beginning of the trend to the late 1960s, soon after the Vatican II meeting in Colombia declared the church should focus more on Christ and less on saints and other icons. That ruling led many priests to remove beautiful sculptures of the Virgin Mary and other saints from display. Some were sold, often to raise money for a parish (paróquia), and a whole new market was created.<br /><br />Brazil is a particularly rich source of religious art, because during the 17th and 18th centuries it was the only art form encouraged by the country's devoutly Catholic rulers. In the states of Bahia and Pernambuco in the northeast, and Minas Gerais and Rio de Janeiro in the south, Portuguese settlers built baroque churches dripping with gold, silver and art. But today, much of that art is gone. "The last time I checked, we had registered 188 works of art stolen — that's since 2000," says Vanessa de Souza, a Brazilian police chief and delegate to Interpol. "We think there are a lot more that haven't been reported to us. Sometimes we see reports of thefts in the newspaper and we haven't been told officially."<br /><br />Souza says some of the robberies are the work of gangs who traffic the pieces to Europe and beyond. Most, though, are done by small-time crooks (trapaceiros/pessoa desonesta) who fence (repassa) their swag (objetos roubados) to local antique dealers, who then sell them on to private collectors.<br /><br />Officials believe, however, that many antique dealers have no idea they are trafficking in stolen goods, because there are hundreds of icons legitimately on the market, having been sold legally by churches or private chapels or imported from dealers abroad. In a bid (tentativa) to track (rastrear) the illicit trade, Brazil's legislature recently passed a law obliging all antique dealers to register with authorities by December. It'll take more than that, however, to trace the stolen goods, says Monteiro.<br /><br />"What we need is a national system to catalogue the country's religious art," he said. "That way, if something is stolen in Rio then it can't be resold in Pernambuco or São Paulo, and if something is stolen in Pernambuco or São Paulo, then it can't be resold here."<br /><br />The São Bento church has taken its own precautions, hiring seven security guards to patrol the church and grounds, as well as fitting 15 CCTV cameras in and around the premises. These steps have made the monks who wander about in flowing dark brown robes feel safer, and Coutinho is confident it also offers protection to the priceless pieces that hang from every wall and ceiling of the spectacular 300-year-old building.<br /><br />And Coutinho has a new idea to bolster (apoiar) the deterrent effect (efeito intimidante) of his security measures. Looking up at a little camera discreetly hanging from a whitewashed wall, a mischievous smiles flickers across the face of the serene former architect. "You can't see those cameras," he says. "We should put up a sign saying, 'Smile, You're Being Filmed.' Or even better, 'Smile, God is Watching.'"<br /><br /><a href="http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1675636,00.html">Link</a></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-46004019498872707022007-10-25T22:16:00.000-02:002007-10-25T22:43:28.140-02:00La pasarela las prefiere blancas<span style="font-style: italic;">* Eugenia de La Torriente reporta, no El Pais, a discriminação a modelos negras nos desfiles de moda internacionais. Publicado em 21 de outubro de 2007.</span><br /><div style="text-align: justify;"><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMowBkcQ2vkBQdnllfCbw2tgC4bJLz8DrBvytPD-CkdebM5xHXMVcvX5XE4mP1jIsP7jUxusC1NBbUAL18F-vKeRceW0XjNwvBhFJ8k5mPUCrE_tB5RL4tKIG-zA202SxZvZGV0_zjEBuK/s1600-h/elpais-blancas.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMowBkcQ2vkBQdnllfCbw2tgC4bJLz8DrBvytPD-CkdebM5xHXMVcvX5XE4mP1jIsP7jUxusC1NBbUAL18F-vKeRceW0XjNwvBhFJ8k5mPUCrE_tB5RL4tKIG-zA202SxZvZGV0_zjEBuK/s400/elpais-blancas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5125439398459338770" border="0" /></a>Sólo blancas. Las colecciones de la temporada primavera-verano de 2008, presentadas en Nueva York, Londres, Milán y París en septiembre y octubre han disparado la alarma. En 31 de los 101 desfiles listados en style.com, los más relevantes, no había ni una sola mujer negra. Marcas como Balenciaga, Prada, Chloé o Jil Sander, que aspiran a ventas mundiales, pero que parecen ignorar que las mujeres de color gastan más de 20.000 millones de dólares en ropa al año, según Targetmarketresearch.com. La moda siempre ha estado dominada por caucásicas, pero hacía tiempo que no se veía una homogeneidad tan acusada. En una industria global, el mensaje de un desfile totalmente compuesto por adolescentes eslavas no puede ser más local.<br /><br />"Empecé en los sesenta, pero las cosas están peor que nunca", declaró Bethann Hardison, una de las primeras modelos negras, en una conferencia organizada por ella recientemente en Nueva York. Con el título La ausencia de imagen negra en la moda actual, el evento reunió a Iman, Naomi Campbell o André Leon Talley, editor de Vogue. También las revistas se han visto salpicadas por el debate. En las ediciones de este mes de las principales cabeceras estadounidenses la presencia de afroamericanas es irrisoria. Según el agente David Ralph, a pesar de que esta raza supone el 30% de la población, no está representada por ninguna modelo en Vogue, Harper's Bazaar, Glamour, Cosmopolitan, Allure y Elle.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Cuestión de facciones</span><br /><br />Mauricio Carnino es director de casting de Nueva York. Trabaja con Custo Barcelona y Diane von Furstenberg, dos de los pocos diseñadores que han ido más allá de la contratación de una sola y simbólica negra en sus últimos desfiles. "En la conferencia citaron a seis marcas que sí reflejan la diversidad racial en sus desfiles. Tres son clientes míos, lo que demuestra que no tengo problema. Pero hay diseñadores que, si eligen a una chica de color, ya no quieren otra. Ya tenemos una, dicen. Algunos argumentan que tiene que ver con la constitución. Otros ven problema en las facciones. Una vez, uno me pidió una negra. Dijo: 'Necesitamos una blanca metida en una taza de chocolate".<br /><br />Una de las pocas que ha conseguido entrar en desfiles importantes, como el de Dior, es Chanel Iman. Alguien con ese nombre parece destinado a triunfar en la moda. Aunque ser hija de una coreana y un afroamericano no se lo ha puesto fácil a esta chica de 17 años. Aun así consiguió meterse en el grupo de la portada del Vogue estadounidense de mayo como una de las próximas 10 supermodelos, según prometía la revista. La única que no era blanca.<br /><br />"Además del americano, el mercado francés es el que más modelos de color utiliza", explica Fernando Merino, booker de la agencia Group, que representa en España a Chanel Iman. "Italia nada de nada y España, muy poco. Sólo para editorial y en algún desfile. Tampoco se quieren hindúes, orientales... Quiero creer que no es una cuestión de racismo, sino de representar a tus consumidores".<br /><br />"Ahora mismo se ven más orientales que negras. Es cuestión de modas", explica Ramón Carmena, director de la agencia Traffic. Entre las modelos que representa está Godelieve van der Brandt, quien se ha acostumbrado a que su pelo sea el único afro en una sucesión de melenas lacias en los desfiles españoles. Hija de un médico belga y una congoleña, su familia se instaló en Benidorm cuando tenía cinco años. "Me avisaron de que el mercado era reducido. Era consciente de las limitaciones, pero quería vivir mi experiencia. Y, poco a poco, me he ido haciendo un hueco. Es cuestión de confianza y del apoyo de una buena agencia", explica desde París.<br /><br />La madre de Godelieve está orgullosa de ella. Vive en Bélgica y se escapa a Madrid o Barcelona para verla desfilar. Y sostener, en solitario, la bandera de la diversidad cultural. "Una sola negra o asiática ya cubre el cupo", explica la modelo.<br /><br />La cuestión no es nueva. Ha habido grandes modelos negras, pero la lista es corta y, a veces, la luz de una estrella esconde una realidad con sombras. Naomi Campbell explicaba en la conferencia de Nueva York que Christy Turlington se había plantado ante Dolce & Gabbana. "Si no contratáis a Naomi, no nos tendréis a nosotras". El nosotras incluía a Linda Evangelista. Para hacerse un hueco en Vogue Paris, su valedor hubo de ser otro: Yves Saint Laurent amenazó con retirar su publicidad si se negaban a trabajar con ella.<br /><br />El debate sobre qué medidas son aceptables para revertir esta situación está abierto. Hardison ha conseguido su propósito: llamar la atención sobre la anómala representación de la diversidad racial. Godelieve tiene miedo a los cupos nacidos de la polémica. "No quiero que me cojan por obligación. Lo ideal es que se fijaran en tu valía y no en el color de la piel". Tan básico como eso.<br /><br /><a href="http://www.elpais.com/articulo/Tendencias/pasarela/prefiere/blancas/elpeputec/20071021elpepitdc_2/Tes">Link</a><br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6123289242383848502.post-75873273706524050192007-10-22T01:07:00.000-02:002007-10-30T13:56:10.109-02:00"La literatura no tiene ninguna función"<div style="TEXT-ALIGN: justify" align="justify"><span style="FONT-STYLE: italic">* O escritor português José Saramago em entrevista exclusiva à repórter Patricia Kolesnicov (pkolesnicov@clarin.com), do Clarín. Texto publicado na Revista N, em 20 de outubro de 2007.</span><br /></div><div style="TEXT-ALIGN: justify" align="justify"><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOY8-d53v9QZBnEnUq69UFuZeIXdUwiwbFFXtrDWVAVzDpiEQs_SsSCMnsTsbivONsLt_IMRo45aZ2DJNDeZ_yDRcmm-Dy6lm9fDSpRTmOFtGZ8u0xTrNeumlBEsGSH44h2h5ODFE950GZ/s1600-h/josesaramago.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5123978685835987330" style="FLOAT: left; MARGIN: 0pt 10px 10px 0pt; CURSOR: pointer" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOY8-d53v9QZBnEnUq69UFuZeIXdUwiwbFFXtrDWVAVzDpiEQs_SsSCMnsTsbivONsLt_IMRo45aZ2DJNDeZ_yDRcmm-Dy6lm9fDSpRTmOFtGZ8u0xTrNeumlBEsGSH44h2h5ODFE950GZ/s320/josesaramago.jpg" border="0" /></a>Desde su refugio en la isla de Lanzarote, muy cerca de una serie de homenajes por sus 85 años y los 25 de su "Memorial del convento", el Premio Nobel portugués respondió, parco, incisivo, a las preguntas de "Ñ" sobre la actualidad y el futuro de la literatura. Jurado del Premio Clarín de Novela, dice que la narrativa no debe escuchar al mercado, que preguntarse sobre la utilidad de la ficción es no entender nada y que esa pregunta sin respuesta se repetirá eternamente: tendrá siempre nuevos "preguntadores".<br /><br />«Chora, ahora mismo, ahora, ahora, mientras esto se escribe, mientras esta nota está por empezar a ser leída, allá en una isla volcánica, allá en su escritorio de caballetes, allá con su vista africana a un océano Atlántico intenso como un cielo sin luna, el Premio Nobel de Literatura, el escritor comprometido, el tipo serio que es José Saramago, escribe su próxima novela.<br /><br />Sabemos su título: Se llamará El viaje del Elefante. Sabemos que sobre esa tabla que tiene por escritorio, ordenadas, prolijitas a un lado de su impresora, ya hay unas 50 páginas. Sabemos que la novela está basada en un hecho real, ocurrido en la época de Maximiliano de Austria, que nació en Viena, fue nombrado emperador de México en 1864 y fue fusilado en 1867. Sabemos también que la novela en la que está inmerso Saramago ahora, ahora mismo, está llena de ironía, de sarcasmo y de compasión. Que es una metáfora, dicen buenas fuentes, sobre los pobres diablos que somos los seres humanos. Sabemos que postulará, el autor del conmovedor Ensayo sobre la ceguera, que el destino que nos damos los humanos es estúpido, cuando podríamos alcanzar algo más que el ridículo. Que dirá que es ridículo o patético que nos pasemos la vida corriendo, trabajando, criando hijos, para acabar pobres, además de viejos y de olvidados. No habla de la vejez, nadie se atreva a hacer interpretaciones al vuelo y creer que porque está a punto de cumplir los 85 -el 16 de noviembre- José Saramago escribe sobre la vejez.<br /><br />El tema de la novela que viene, desliza nuestra buena fuente, es la carrera hacia la nada que, según el punto de vista del escritor, parece llevar la humanidad. Una novela de ideas. Como lo fue Memorial del convento, la gran obra que está cumpliendo los 25 años y que lo tendrá de festejo en festejo en España y en Portugal, a mediados de noviembre. Festejo que reúne la alegría de los 85 del autor, 300 del Convento de Mafra, 350 de Doménico Scarlatti, el músico que es personaje de la novela. A lo grande: habrá un espectáculo que ya se hizo en Finlandia, con música de Scarlatti en la voz de una soprano, algunos pasos de ballet y palabras del Memorial... que dialogarán con un clavicordio. Y luego hablará Saramago. En España la producción tendrá como actor a Juan Echanove. En Portugal, a Jorge Vaz Carvalho. Los demás, finlandeses. Y con eso empezará su trabajo en Lisboa la flamante Fundación José Saramago. ¿Es todo? Para nada: el 17 de noviembre el escritor estará en Mafra, Portugal, para las celebraciones del convento. Y así: una mirada a su agenda de compromisos puede producir taquicardia.<br /><br />No es fácil darse cuenta cómo lleva ese ritmo el Premio Nobel y además de escribir novelas tiene tiempo para enterarse y ocuparse de lo que considera injusto en el mundo, de asistir a Ferias del Libro, de volver a casarse con su mujer, Pilar del Río -lo hicieron en junio en Castril, el pueblo granadino donde ella nació-, de colaborar con la cineasta chilena Carmen Castillo para el documental Calle Santa Fe, sobre la resistencia en su país. De ir a Guadalajara, México, a leer partes de su novela Las intermitencias de la muerte -lo hizo en diciembre pasado- sobre un escenario, junto a un deslumbrado Gael García Bernal, en un duelo de galanes en el que no estuvo claro quién ganó.<br /><br />Desde esa ventana al mar, desde Lanzarote, la isla donde vive, que es políticamente España y geográficamente Africa, a pocos días de subir al avión que lo traerá a Buenos Aires como miembro del jurado del Premio Clarín, Saramago responde las preguntas de Ñ sobre qué lo lleva a escribir, sobre la lectura hoy y sobre la literatura que vendrá. No es fácil entrevistarlo, quien lo haga debe saber que es probable quede ligeramente en ridículo. Porque como siempre, Saramago es sencillo, contundente y conmovedor.<br /><br />-Después del premio Nobel, de tanto reconocimiento... ¿Qué lo mueve a seguir escribiendo? ¿Qué lo hace sentarse frente a la computadora?<br /><br />-El hecho de haber dejado una página por terminar.<br /><br />-¿Sigue buscando algo en la literatura? ¿Qué busca?<br /><br />-Como cualquier otro lector, o escritor, me busco a mí mismo. Busco encontrarme en páginas, en ideas, en reflexiones, reconocer que somos algo más que esto que se presenta como "realidad", ése sigue siendo el mayor deslumbramiento.<br /><br />¿Sí? ¿Seguimos los humanos encontrándonos en páginas, que no sean páginas web? Saramago hace rato que escribe sus textos en computadora y está lejos el día en que Pilar rescató de la papelera (la real, no la de Windows) la primera página de la última novela que su marido escribió a máquina y corrigió a mano, "Historia del cerco de Lisboa". La sacó del tacho, la alisó (era un bollito como los de las películas), le pidió una dedicatoria. Dice: "'A Pilar, esta página y mi vida'. José. 29 de diciembre del 87". La página fue enmarcada y colgada de la pared. Buen recuerdo, testimonio asegurado y a otra cosa, la escritura se volvió digital. En resumen: El Nobel no está paranoico con el papel que jugará la tecnología en la cultura.<br /><br />-¿La literatura pierde terreno frente a la informática?<br /><br />-La literatura no puede ocupar el terreno de la informática y viceversa. Son formas distintas de entender el mundo. La informática puede ser una contribución, no a la literatura, sino a la lectura<br /><br />-Entonces, ¿se lee de una nueva manera?<br /><br />-En cualquier caso, la literatura siempre ha sido una actividad minoritaria. Me parece que ahora se lee y se escribe más. Quizá por la informática.<br /><br />-Si recordamos aquello de que el medio es el mensaje.. ¿cómo afecta este nuevo medio los contenidos de la literatura, es decir, el sentido?<br /><br />-Es absurdo pensar que lo que un escritor tenga para decir dependa del instrumento que utilice.<br /><br />Así contesta Saramago -ya avisamos que el entrevistador puede quedar en ridículo- como quien sabe apropiarse de los medios que tiene a mano para esparcir las ideas que tiene claras. Eso: alguna vez el dijo a esta cronista que de chico pensaba en ser "conductor de trenes, maquinista, el hombre que va conduciendo el tren". Y que cuando le preguntaban por qué, decía que era "por el tren, la velocidad, la noche, uhh, uhh". ¿Qué tiene que ver con su presente? Que se pensaba como un conductor. La interpretación, aclaremos, es de él: "Creo que no lo estoy inventando ahora, creo que haber sentido esa responsabilidad", decía entonces. ¿Condicionará la informática esa empresa? No parece. Tampoco lo hará el dominio de los medios audiovisuales. Quien tenga algo que decir encontrará su rumbo. El es terminante:<br /><br />-¿Lo audiovisual le arrebató el relato a la literatura? ¿La novela perdió la hegemonía sobre las historias?<br /><br />-No, no y no.<br /><br />-Es decir que usted no piensa que vamos hacia el fin de la novela...<br /><br />-Se ha pronosticado muchas veces ese final, y la novela sigue vivita y coleando. Un premio literario para novela suscita el aparecimiento inmediato de 200 o 300 candidatos. ¿Dónde estaban esos libros? ¿Han sido escritos corriendo para cumplir el plazo? ¿O son el resultado de meses y meses de trabajo responsable, respetuoso del idioma?; autores que llevan un mundo dentro y lo quieren confrontar con la realidad que los rodea y limita.<br /><br />-Un mundo dentro y un mundo fuera. ¿Usted es un "escritor comprometido"? ¿Con qué?<br /><br />-Estoy comprometido, o sea, vivo, en un mundo que es un desastre. Como escritor y como persona, mi empeño es no separar al escritor de la persona que soy. Me esfuerzo, en la medida de mis posibilidades, en tratar de entender y explicar el mundo.<br /><br />-Como escritor, su medio de intervención es la literatura. ¿Podemos volver a pensar si sirve para algo? ¿Si la literatura pueda mejorar (o empeorar) la vida, el mundo?<br /><br />-Llevamos siglos preguntándonos los unos a los otros para qué sirve la literatura y el hecho de que no exista respuesta no desanimará a los futuros preguntadores. No hay respuesta posible. O las hay infinitas: la literatura sirve para entrar en una librería y sentarse en casa, por ejemplo. O para ayudar a pensar. O para nada. ¿Por qué ese sentido utilitario de las cosas? Si hay que buscar el sentido de la música, de la filosofía, de una rosa, es que no estamos entendiendo nada. Un tenedor tiene una función. La literatura no tiene una función. Aunque pueda consolar a una persona. Aunque te pueda hacer reír. Para empeorar la literatura basta con que se deje de respetar el idioma. Por ahí se empieza y por ahí se acaba.<br /><br />-¿Que se deje de respetar el idioma? ¿Y no que haga depender la literatura del mercado?«r<br /><br />-Pobre mercado, que le salen moretones por todos lados. Si el libro es una mercancía, hay que venderlo. ¿Dónde lo haremos? ¿En la Luna?<br /><br />-Claro. Pero ¿no se invierten los términos y se escribe lo que se vende en lugar de vender lo que se escribe?<br /><br />-Hay que tener cuidado con las ideas hechas. Por ejemplo: que el mercado condiciona al autor. No es cierto. Puede el mercado manifestar una preferencia por ciertos tipos de libros, de "modas", pero eso no obliga a ningún autor a seguir ese camino. Estamos creando una gran confusión: imaginar que los autores son iguales entre sí. Nos ocupamos de tópicos remanidos y no estudiamos la realidad. Y olvidamos demasiadas veces que las preguntas no son inocentes. Me molesta hablar de literatura y mercado. La literatura es la creación y no importa qué montaje se haga en torno a ella. Hay negocios, hay literatura. Y personas que leen para entender y personas que leen porque siguen campañas. Y personas que no leen. Lo importante, me parece, es no dejarnos llevar por estas cuestiones que desde luego a mí, como escritor, me son ajenas.<br /><br />Así, así como se lo lee, así se lo escucha a José Saramago. Así: hay que tener cuidado con lo que se le pregunta porque está atento, porque está escuchando, porque integra la especie -¿en extinción?- de aquéllos a los que nada de lo humano les es ajeno. En su boca, y en sus oídos, las palabras pesan, no habrá que hablarle jamás con ligereza. No le interesa el mercado, háblenle de literatura, háblenle de política, háblenle del amor y del dolor, pero no del mercado; él es escritor, mercader no.<br /><br />-Entonces, ¿quiénes siguen para usted el camino posible y deseable para la literatura contemporánea?<br /><br />-Creo que ningún escritor en su sano juicio osaría contestar a esa pregunta. Yo, hasta ahora, no he perdido el mío todavía. Y creo que cada uno hablará por sí mismo.<br /><br />Vueltas de la vida, el chico salido de aquel pueblito portugués, el nieto de un campesino analfabeto, es hoy un nombre de referencia entre sus contemporáneos. Sigue recibiendo homenajes: el 23 de noviembre se inaugura una exposición sobre él en la Fundación César Manrique, un lugar espléndido construido dentro de burbujas de lava en Lanzarote. En tres salas recorrerán su vida, su escritura, sus intervenciones cívicas. Reunirán otras obras generadas a partir de las de Saramago en cine, en televisión, en ópera, en pintura. Habrá cincuenta pantallas que pondrán en movimiento lo que está quieto en las vitrinas.<br /><br />A minutos de ahí estará el hombre, atento a unos lagartos pequeñitos que se escurren por el suelo de su jardín de lava y cactus. A su ventana, bajo la cual corren sus sobrinos. A un amor que late a la vista de todos, constante como un minutero. Al cielo gigante y el mar omnipresente de la isla. A su mundo interior, claro. Estará ahí, sentado al teclado aunque parezca que lo tiene todo. Porque, claro, tiene una página sin terminar.<br /><br /><a href="http://www.clarin.com/suplementos/cultura/2007/10/20/u-00611.htm">Link</a></div>Unknownnoreply@blogger.com0